Principal aliado de líder democrata é o novo presidente de Mianmar

Candidato foi nomeado pela Liga Nacional para a Democracia (LDN) da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi. É a primeira vez em 54 anos que o presidente não foi designado pelas Forças Armadas

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BANGCOC - O Parlamento de Mianmar elegeu nesta terça-feira, 15, Htin Kyaw - principal aliado da líder do movimento democrático e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi - como novo presidente, o primeiro que não foi designado pelas Forças Armadas em 54 anos.

Htin Kyaw, de 69 anos e candidato nomeado pela Liga Nacional para a Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi e pela Câmara baixa do Parlamento, obteve 360 votos dos 652 deputados que participaram das eleições na sede do Legislativo na capital Naypyidaw.

Htin Kyaw, de 69 anos e candidato nomeado pela Liga Nacional para a Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi e pela Câmara baixa do Parlamento, obteve 360 votos dos 652 deputados que participaram das eleições em Mianmar Foto: EFE/Nyein Chan Naing

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O novo chefe de Estado superou Henry Van Thio, outro integrante da LND, mas indicado pela Câmara alta do Legislativo, e o tenente-general Mying Swe, designado pelas Forças Armadas. Agora, eles serão nomeados vice-presidentes.

Aung San explicou que Kyaw foi escolhido por sua lealdade, e por contar com a formação e experiência necessárias para desempenhar o cargo, enquanto a designação de Henry Van Thio, da minoria étnica chin, foi uma atitude em prol da reconciliação nacional.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, cujos dois filhos têm passaportes britânicos, não pôde concorrer à presidência em razão de uma norma da Constituição aprovada pela última Junta Militar que veta para o cargo pessoas com familiares estrangeiros.

A Carta Magna também concede amplos poderes aos militares, entre eles 25% das cadeiras do Parlamento, prioridade na escolha do chefe das Forças Armadas e dos nomes que vão compor os Ministérios de Defesa, Fronteiras e Interior.

Aung San, que durante a campanha afirmou que governaria “de facto”, deve ser indicada como ministra das Relações Exteriores do próximo governo, que junto ao novo chefe de Estado, tomará posse em 30 de março. Ela conta com uma imensa popularidade no país de 51 milhões de habitantes, onde esteve durante anos sob prisão domiciliar.

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Mying Swe ocupará o cargo de vice-presidência do novo governo por ter sido o segundo mais votado (213), graças ao apoio dos legisladores do partido pró-militar do atual governo civil e dos deputados designados pelas Forças Armadas.

A última Junta Militar cedeu em 2011 o poder ao atual governo civil liderado por Thein Sein, que iniciou uma série de reformas políticas e econômicas que resultaram na suspensão de sanções por parte da União Europeia e dos EUA.

As eleições ocorridas em 8 de novembro de 2015 foram as primeiras realizadas no país em liberdade após o longo período de ditadura militar (1962-2011). /EFE e AFP

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