Prisão perpétua para mãe que afogou os 5 filhos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Andrea Yates, a mãe que afogou os cinco filhos, foi condenada nesta sexta-feira à prisão perpétua por um tribunal do estado norte-americano do Texas. Ela foi considerada culpada de assassinato por um júri composto de oito mulheres e quatro homens, que, dessa forma, não levou em consideração o principal argumento da defesa: Adrea sofria de depressão pós-parto no momento do crime, agravada por uma psicose. Para os jurados, ela estava mentalmente sã e sabia o que fazia. Eles levaram em conta para não condená-la à morte argumentos tanto da defesa quanto da promotoria de que Andrea, de 37 anos, não representa um perigo para a sociedade. Poucas horas antes, Jutta Karin Kennedy, mãe de Adrea, havia feito, em lágrimas, um apelo dramático aos jurados: ?Perdi seis pessoas em um ano, meu marido e meus cinco netos. Estou aqui rogando pela vida de minha filha.? O marido dela, Russel Yates, também se dirigiu aos jurados tentando conter as lágrimas: ?Andrea é a mulher mais amável e carinhosa que conheci.? Antes de matar os filhos (Noah, de 7 anos; John, 5; Paul, 3; Luke, 2; e Mary, de 6 meses), em junho, Andrea, uma ex-enfermeira, já havia tentado o suicídio por duas vezes. E acabara de deixar um hospital, onde se submetia a tratamento intensivo de uma forte depressão. Andrea se declarou ?não culpada por apresentar problemas mentais? e seus advogados se concentraram na tentativa de convencer os jurados de que ela era incapaz, naquelas condições, de ?distinguir entre o bem e o mal?. Eles lembraram que o próprio Estado reconheceu que a acusada sofria de ?grave enfermidade mental?. Pelas leis do Texas, os acusados são considerados, por princípio, presumivelmente sãos. Por isso, os meios judiciais norte-americanos consideram uma das coisas mais difíceis provar nos tribunais do Estado que alguém cometeu um crime por estar mentalmente doente o bastante para não distinguir entre o bem e o mal. O júri levou quatro horas para julgar Andrea culpada e menos de uma hora para condená-la à prisão perpétua, com, no mínimo, 40 anos de cárcere e sem direito a liberdade condicional. Após ouvir a sentença, Andrea olhou sorrindo para seus parentes e disse: ?Estou OK.?

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