24 de abril de 2010 | 00h00
Pressionado, Maliki ordenou o fechamento da prisão e declarou não ter conhecimento de sua existência. A decisão permitiu a liberdade de 71 presos. Mais de 200, porém, continuam no local, perto do aeroporto militar Old Muthanna, norte de Bagdá. Aparentemente, todos são sunitas.
Diplomatas americanos visitaram a prisão na quarta-feira e pressionaram Maliki a investigar o caso. Wijdan elogiou Maliki por fechar a prisão e pedir uma investigação. "Ele está fazendo o melhor que pode", disse.
No entanto, a existência da prisão irritou os líderes sunitas, que acusaram o governo de Maliki de violar a lei. A revelação provocou comparações com a descoberta de uma prisão secreta subterrânea, em 2005, mantida pela polícia de Bagdá, no ápice do conflito sectário. Osama al-Najafi, membro sunita do Parlamento, líder da coalizão que derrotou Maliki nas eleições do mês passado, disse que a prisão é um exemplo da "ditadura existente".
Seu irmão, Atheel al-Najafi, governador de Nínive, de onde são a maioria dos presos, disse que as prisões foram realizadas sem mandados judiciais. Ele falou com alguns dos que foram soltos e confirmou que a maioria foi torturada - pelo menos um dos teria morrido na prisão.
A tortura de prisioneiros é comum no Iraque. Em 2009, o Ministério dos Direitos Humanos registrou 505 casos. O escândalo, contudo, pode ter consequências políticas para Maliki, que tenta obter apoio político após as eleições do mês passado para conseguir um segundo mandato como primeiro-ministro.
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