Prisioneiros de guerra viram problema para os EUA

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Por Agencia Estado
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As boas notícias para americanos e britânicos que estão invadindo o Iraque é que milhares de soldados iraquianos ergueram bandeiras brancas - levantando as mãos em vez de lutar. A pergunta difícil agora é: o que fazer com todas essas pessoas? Os primeiros prisioneiros de guerra capturados no sul do Iraque foram revistados e agrupados provisoriamente em campos cercados de arame farpado. Então, os soldados começaram a trabalhar, construindo acampamentos e providenciando cuidados médicos, alimentos e água para a mescla de soldados uniformizados e combatentes do povo usando camisetas. Mas isso talvez isso não seja tão fácil nos próximos dias. Na Guerra do Golfo de 1991, as forças americanas foram circundadas por 69 mil soldados iraquianos, muitos deles que vagavam pelos campos de batalha em busca de alguém que os levasse cativos. Cuidar dos prisioneiros de guerra atrapalhou algumas unidades de combate americanas. Desta vez, militares dizem esperar que 270 mil iraquianos - ou seja, mais da metade do Exército do país - deponham as armas. Isso começou na sexta-feira, quando soldados americanos e britânicos entraram rapidamente no sul do Iraque - uma divisão iraquiana, com cerca de 8 mil homens, se entregou nos arredores de Basra. O ministro da Informação do Iraque, Mohammed Saeed al-Sahaf, disse que esses capturados são civis. Seja qual for o caso, isso apresenta problemas de logística à medida que as forças lideradas pelos EUA avançam sobre Bagdá e se preparam para ocupar o Iraque por um longo período quando o conflito acabar. Isso também representa uma ameaça: soldados inimigos capturados estarão atrás das tropas que estão avançando, observa Kenneth Bacon, um porta-voz do Pentágono que agora chefia a Refugees International. "Uma das coisas que prometeram a eles é que poderiam manter suas armas brancas, ficar em seus quartéis e serem usados como policiais ou guardas assim que possível", disse Bacon. Neste sábado, na estrada para Basra, era possível ver cerca de 50 prisioneiros iraquianos espremidos dentro de dois círculos de arame. As forças americanas da linha de frente tinham cartões com frases como "Pare ou atirarei", "Renda-se" e "Você é prisioneiro", em inglês e árabe.. Os soldados foram instruídos sobre como manter os civis fora dos caminho do perigo, enquanto lidam com os prisioneiros de guerra, e também como usar golpes de judô para revistar um prisioneiro mais agressivo. A polícia militar que segue atrás dos soldados deve reunir os prisioneiros e levá-los para uma área controlada, melhor e mais segura, e depois para um centro de detenção permanente dentro do Iraque. O Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico avisaram que não querem prisioneiros de guerra em seu território. Quase imediatamente depois que centenas de soldados iraquianos se renderam às forças aliadas que estavam invadindo o sul do Iraque, os Dragões da Rainha da Grã-Bretanha começaram a estabelecer campos de prisioneiros de guerra no deserto, segundo a mídia britânica. Os planos prevêem que advogados do Exército estejam à disposição para garantir o cumprimento de tratados internacionais como a Convenção de Genebra e visitas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O ministro do Interior do Iraque, Diab al-Ahmed, avisou que, se forem capturados, americanos e britânicos não devem contar com a proteção da Convenção de Genebra. "O mais provável é que sejam tratados como mercenários, assalariados e criminosos de guerra", disse Al-Ahemd. "Certamente, o direito internacional não se aplica a eles." Veja o especial :

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