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´Problema bancário´ trava diálogo com Coréia, diz Hill

Negociador dos EUA garante que Coréia mantém os acordos de 13 de fevereiro

Por Agencia Estado
Atualização:

O negociador dos EUA para o processo de desnuclearização da península coreana, Christopher Hill, reconheceu que as conversas de seis lados continuam travadas nesta quarta-feira, 21, como aconteceu na terça-feira, 20, e atribuiu a dificuldade a "problemas nas gestões bancárias entre China e Coréia do Norte". Segundo Hill, a transferência de US$ 25 milhões das contas do Banco Delta Asia, de Macau, ao Banco da China, em Pequim, não se concretizou. "É um problema bancário entre Coréia do Norte e China, e enquanto não for resolvido os norte-coreanos não querem discutir questões importantes", admitiu Hill aos jornalistas. Hill, decepcionado com o bloqueio quando a negociação entrava num de seus melhores momentos, lamentou o fato de que a tramitação de papéis tenha atrasado "uma boa oportunidade para continuar o diálogo". "Nós e as outras delegações estamos esperando pelo preenchimento de formulários e envio de faxes", desabafou, visivelmente irritado com a lentidão da burocracia bancária chinesa. O negociador sul-coreano, Chun Yung Woo, também pareceu irritado. Ele comentou que, diante da situação, "é uma perda de tempo continuar em Pequim", sede das conversas de seis lados. "Estamos esperando que a China encontre uma solução", acrescentou. A Coréia do Sul, encarregada da primeira remessa de petróleo à Coréia do Norte, já preparou o envio. Mas vai esperar o fechamento do reator de Yongbyon e a chegada de observadores da Agência Internacional de Energia Atômica ao país comunista. "Os grandes obstáculos foram derrubados, mas ainda restam os pequenos", resumiu o diplomata sul-coreano. Na tarde desta quarta-feira, a China deve anunciar o fim da atual rodada. O negociador russo já disse que na quinta-feira, 22, estará de volta à Rússia. Hill disse nesta quarta-feira aos jornalistas que não acredita que o atual bloqueio seja uma desculpa da Coréia do Norte para manter o seu programa nuclear. "Eles deixaram claro que mantêm os acordos de 13 de fevereiro, mas querem que o dinheiro seja transferido para suas contas", explicou.

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