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Problema semelhante causou acidente no Golfo

Por Irany Tereza e RIO
Atualização:

Um erro semelhante à falha no revestimento do poço de Frade, operado pela Chevron, provocou o megavazamento no Golfo do México, operado pela BP. Descobriu-se lá que o revestimento do poço havia sido cimentado com pasta nitrogenada e não com a solução convencional. A etapa de cementação de poços de petróleo é um dos cuidados mais básicos da indústria petrolífera. Sem a proteção adequada, uma sapata (espécie de alicerce na estrutura do poço) teria sofrido fissura durante uma pressão excessiva. Três diferentes fontes que acompanham o processo de investigação das causas e de mitigação das consequências do acidente, informaram que, ao que tudo indica, houve erro técnico por parte da Chevron.O campo de Frade está em operação desde outubro de 2009, com dois poços produtores. Na atividade de petróleo, além dos poços que efetivamente extraem o óleo, são perfurados também poços injetores, para introduzir água, gás ou uma lama especial na jazida e empurrar o óleo para fora do reservatório. Foi num desses poços injetores que ocorreu o acidente. Inicialmente, os dois poços produtores operavam em conjunto com um poço injetor de água. Como a produção teria diminuído - o que é comum após algum tempo de operação -, a Chevron perfurou um segundo poço injetor, mas sem cumprir à risca os cuidados com o revestimento. Só uma parte dele teria recebido a camada protetora.Durante uma pressão elevada do reservatório, parte do óleo teria escapado para o poço injetor, que, sem o isolamento necessário, teria vazado o óleo pela fissura. Por esse buraco, o óleo passou para uma fenda geológica e contaminou o mar. O poço está sendo cimentado e sairá de operação. A obstrução total levará mais de quatro dias, pois é feita em etapas em diferentes profundidades e cada cementação leva de 20 e 24 horas para secar completamente. Depois a vez de a fenda ser concretada.

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