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Procurado por crimes de guerra na Bósnia é preso em Indaiatuba (SP)

Nikola Ceranic, de 47 anos, foi preso em sua casa após um mandado de prisão expedido pelo STF; ele será deportado

Por Ronaldo Faria
Atualização:

CAMPINAS - Uma operação realizada por policiais militares de Campinas prendeu, no final da tarde deste sábado (30), um ex-major da polícia da Bósnia Herzegovina procurado pela Interpol por crimes de guerra contra a população civil no conflito que atingiu o país de 1992 e 1995. Nikola Ceranic, de 47 anos, foi preso em sua casa, em Indaiatuba, na região metropolitana de Campinas, após um mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, no último dia 27.

Ceranic chegou ao Brasil em 2011, segundo ele legalmente, e não reagiu à prisão. Levado para a Superintendência da Polícia Federal em Campinas, foi transferido na madrugada deste domingo para a sede da PF em São Paulo, de onde será deportado para a Bósnia nos próximos dias e entregue à Justiça local.

Nikola Ceranic estava na lista de procurados da Interpol Foto: Reprodução/Interpol

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Segundo o tenente Alexandre Ribeiro, do 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), que comandou a operação, Ceranic não reagiu à prisão e disse que não tinha noção de que era procurado por crimes de guerra. "Ele confirma que participou do conflito, mas que não atacou a população civil. Ainda segundo ele, desde o fim do conflito, quando saiu da Bósnia, passou por diversos países e entrou no Brasil pela alfândega", disse o tenente.

Na página da Interpol, entretanto, o ex-major, nascido em Trebinje, na Bósnia, era procurado como alerta vermelho - um aviso de busca internacional ou pedido de extradição. Ele estava casado no Brasil e trabalhava como pintor de paredes. As investigações para a captura foram feitas entre os setores de inteligência da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O conflito étnico da Bósnia foi entre sérvios cristãos ortodoxos, croatas católicos romanos e bósnios muçulmanos. Cerca de 100 mil pessoas morreram.

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