Procurador-geral dos EUA ameaça deixar o cargo por conta de pressões de Trump

Segundo interlocutores, Jeff Sessions teme a destituição de seu ‘número dois’, Rod Rosenstein, responsável pela investigação sobre as interferências russas nas eleições americanas

PUBLICIDADE

Atualização:

WASHINGTON – O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, avisou a Casa Branca que renunciaria ao cargo se o presidente americano, Donald Trump, demitir seu ‘número dois’, Rod Rosenstein, responsável pela investigação sobre as interferências russas nas eleições de 2016.

Jeff Sessions teme a destituição de seu 'número dois', Rod Rosenstein, responsável pela investigação sobre as interferências russas nas eleições americanas Foto: Erik S. Lesser/EFE

PUBLICIDADE

De acordo com fontes familiarizados com o caso, Sessions comunicou sua posição após Trump atacar Rosenstein por autorizar buscas e apreensões no escritório de seu advogado, Michael Cohen. A operação, realizada no começo do mês, confiscou registros e documentos relacionados a vários tópicos, incluindo o pagamento à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels.+ Atriz pornô diz que foi ameaçada para não revelar caso com Trump

Desde então, Rosenstein diz a colegas que espera a sua demissão a qualquer momento. Foi ele também o responsável pela designação de Robert Mueller III como procurador-especial, que hoje investiga as interferências russas nas eleições presidenciais e seus elos com a campanha republicana.+ Trump estaria mais inclinado a demitir sub-Secretário de Justiça, o chefe do conselheiro Mueller.+ Trump acredita que pode demitir Robert Mueller, diz Casa Branca

Uma eventual saída de Rosenstein tornaria muito difícil para Sessions permanecer no cargo, informaram interlocutores do procurador-geral.

Segundo especialistas, se Trump ousar demitir Rosenstein ou Mueller, acabará desencadeando uma crise semelhante à enfrentada por Richard Nixon em 1973. À época, o então presidente destituiu o procurador-especial responsável pelas investigações do Watergate, agrando a crise que levaria à sua renúncia. //THE WASHINGTON POST

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.