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Procuradora-geral da Venezuela critica nomeação de juízes por parte da oposição

Em entrevista à emissora Venevisión, Luisa Ortega Díaz disse que a população está cansada das ‘coisas anormais que não permitem que o Estado funcione’

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, criticou nesta quarta-feira, 19, a nomeação por parte do Congresso - de maioria opositora - de novos juízes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) em um processo unilateral que não inclui os outros poderes.

“Este é o mesmo problema também pelo qual designaram uma vice-procuradora à margem da lei, e nomeiam alguns magistrados. Acredito que o Estado precisa ordená-lo”, disse Ortega em uma entrevista à emissora Venevisión, ao ser questionada sobre a nomeação de juízes paralelos, prevista para sexta-feira.

Luisa Ortega Díaz denunciou em abril a ruptura do “fio constitucional” por parte do Supremo depois que elese declarou em “desacato” com o Parlamento Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

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Ela se referia à nomeação por parte do TSJ de Katherine Haringhton como procuradora-geral, designada ao cargo pelo TSJ após a anulação por supostas irregularidades da nomeação de Rafael González para o cargo, que havia sido escolhido por Ortega. A titular do Ministério Público não aceitou a nomeação de Katherine, e até hoje ela não conseguiu assumir seu gabinete

“As pessoas querem que haja ordem. Querem segurança, tranquilidade, decência. Estão cansadas dessas coisas anormais que não permitem que o Estado funcione e avance”, afirmou Ortega.

A Venezuela vive uma guerra de poderes entre o Legislativo, de maioria opositora, de um lado e o Executivo e Judiciário, acusado de servir ao presidente Nicolás Maduro e cuja legitimidade não é reconhecida pelo Congresso e pela procuradora, de outro.

Ortega denunciou em abril a ruptura do “fio constitucional” por parte do Supremo depois que ele se declarou em “desacato” com o Parlamento.

A nomeação de juízes é parte da “fase superior” da estratégia contra Maduro realizada pela oposição após o plebiscito de domingo, no qual mais de 7 milhões de venezuelanos votaram contra a Constituinte. / EFE

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