Procuradoria argentina confirma acordo sobre a Lava Jato 

Procuradores do país vizinho terão acesso a provas obtidas com delações premiadas de executivos da Odebrecht 

PUBLICIDADE

Atualização:

BUENOS AIRES - A Procuradoria-Geral da Argentina confirmou nesta sexta-feira, 3, o acordo com o Ministério Público do Brasil para ter acesso a provas obtidas com delações premiadas de executivos da Odebrecht dentro das investigações da Operação Lava Jato. O acordo havia sido anunciado no dia 16 pela Procuradoria no Brasil

Roberto Baratta foi preso sob mandado do juiz Claudio Bonadío, por envolvimento em caso de supostos subornos envolvendo contratos públicos nos setores de construção e energia na Argentina. Foto: FOTO: diariodecuyo.com.ar

PUBLICIDADE

Segundo comunicado do procurador-geral interino da Argentina, Eduardo Casal, o acordo será uma ferramenta para que procuradores argentinos possam ter acesso a informações e provas reveladas no Brasil em suas investigações. Ele lembrou que o acordo respeita os convênios internacionais assinados pelos dois países, assim como os princípios e normas jurídicas internas de cada um. “Ao mesmo tempo, se ajusta aos termos dos acordos de colaboração que as empresas e pessoas envolvidas realizaram no Brasil”, ressalta o comunicado. 

Além das delações premiadas, os promotores do país vizinho terão à disposição os acordos de leniência firmados entre empresários e a Justiça brasileira. 

+ Para entender: 10 pontos sobre 'Lava Jato argentina' que envolve kirchneristas e empresários

O pagamento de propinas de executivos da Odebrecht a funcionários do governo argentino tinha sido revelado no acordo firmado em 2016 pela construtora com autoridades de EUA, Suíça e Brasil. O documento revelou que a Odebrecht pagou US$ 35 milhões em propinas na Argentina, mas não informa quem foram os beneficiários.

Em maio, o advogado Pablo Maggio, que representa a Odebrecht na Argentina, afirmou que a empresa estava comprometida a colaborar para esclarecer os atos de corrupção dos quais é acusada, mas pediu respeito ao marco legal que estabelece a não abertura de novos processos no país contra aqueles que decidiram cooperar com a Justiça no Brasil. / EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.