HAIA - A Procuradoria da Holanda confirmou na tarde desta quinta-feira, 30, que o líquido ingerido pelo ex-general croata Slobodan Praljak durante uma audiência de apelação no Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia era realmente veneno. De acordo com as autoridades holandesas, um produto químico letal foi encontrado no frasco do qual o ex-militar, condenado por crimes de guerra, bebeu ao escutar que sua apelação contra sua pena, de 20 anos de prisão, não fora aceita.
Os procuradores investigam a hipótese se suicídio assistido na investigação do caso e buscam descobrir de que maneira o réu obteve o veneno. "A necropsia é nossa principal prioridade e será realizada em um prazo bem curto", declarou o porta-voz da Procuradoria de Haia, Frans Zonneveld, acrescentando que a investigação permitiu descobrir que, dentro do frasco, havia um produto químico que pode provocar a morte. O elemento não foi identificado. "A investigação se orienta para a questão do suicídio assistido e para a violação da regulamentação relativa às substâncias médicas", afirmou a Procuradoria em um comunicado.
Praljak, de 72 anos, ingeriu o líquido letal diante de juízes e advogados no TPII. Foi socorrido, mas morreu no hospital.
O primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, manifestou suas "sinceras condolências" à família do ex-comandante militar, afirmando que o caso "ilustra a profunda injustiça moral" cometida pelo tribunal de Haia ao condenar o réu e rejeitar sua apelação.
Não foi a primeira vez que um réu do TPII se suicidou. Em 2006, o ex-líder dos sérvios-croatas Milan Babic, condenado a 13 anos de prisão por abusos cometidos durante a Guerra da Bósnia (1991-1995), cometeu suicídio na prisão em Haia. Em junho de 1998 outro réu sérvio-croata, Slavko Dokmanovic, se matou. / AFP