CARACAS - O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, informou nesta terça-feira que, por nota publicada na imprensa, ficou sabendo que tinha se tornado alvo de investigação da Controladoria-Geral da Venezuela por suspeita de “irregularidades fiscais” de seu governo no Estado de Miranda, entre 2012 e 2015.
“Hoje, soube pela imprensa do processo da Controladoria-Geral, uma distração para me amedrontar” por parte do presidente chavista Nicolás Maduro “e seus covardes”, afirmou.
Na notificação publicada pelo opositor no Twitter, lê-se que o governador terá 15 dias úteis para apresentar provas em sua defesa e, cumprido o prazo, deverá se apresentar para argumentar publicamente.
Capriles disse a jornalistas que a investigação está ligada à contratação por parte do governo do canal particular Venevisión para a produção de “publicidade institucional”, à qual ele afirma ter direito.
Segundo o governador, trata-se de um procedimento iniciado pela controladoria venezuelana para impedir a luta dele pela convocação de um referendo sobre a revogação do mandato presidencial. “Trata-se de uma distração para nos assustar, para que eu desista do processo de revogação… e desista da luta em troca do fim do processo”, disse o político, duas vezes candidato derrotado à presidência.
Essa não é a primeira vez em que Capriles é investigado. Em fevereiro, a Controladoria-Geral também abriu uma investigação envolvendo irregularidades orçamentárias no governo dele em 2011, 2012 e 2013. Na ocasião, o opositor declarou que as investigações eram uma “retaliação política”.
Vizinhos. A coalizão opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) divulgou nesta terça-feira seu apoio à assinatura dos acordos de paz entre o governo e as Farc, alertando também para uma possível migração dos guerrilheiros colombianos para a Venezuela.
“Fizemos um chamado para que pensemos nas consequências e desdobramentos da assinatura desse acordo. O fim do conflito é motivo de comemoração, mas esse conflito não pode ser transferido para a Venezuela”, afirmou Jesús “Chúo” Torrealba, secretário executivo da aliança de oposição, durante um programa que apresenta no rádio. / EFE