Procuradoria do TPII pede 2 julgamentos separados para Mladic

Ex-líder sérvio-bósnio responderia pelo massacre de Srebrenica separadamente das outras acusações

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HAIA - O procurador do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), Serge Brammertz, solicitou aos juízes que separem a acusação contra o ex-líder militar servio-bósnio Ratko Mladic em duas, para realizar dois julgamentos independentes.

 

 

Veja também:Os casos e o funcionamento do Tribunal para a Iugoslávialista Saiba quais os processos que Ratko Mladic enfrentadocumento Perfil: Mladic, o responsável pelo massacre de Srebrenica

 

 

Um deles seria centrado nas acusações referentes ao massacre de Srebrenica e o outro conteria as demais acusações, informou a Corte. No ano de 1995, mais de 8 mil jovens muçulmanos foram mortos em uma suposta ofensiva sérvio-bósnia, caso pelo qual ficou conhecido como "Carniceiro de Srebrenica".

 

 

Pela proposta da Procuradoria, publicada nesta quarta-feira, a separação da acusação procura "assegurar justiça para as vítimas e começar o julgamento o mais rápido possível".

 

Brammertz também solicita que se inclua na acusação de Srebrenica os crimes supostamente cometidos no município bósnio de Bisina.

 

Com os dois julgamentos correndo em separado, a Procuradoria considera que o tribunal estará melhor preparado "para lidar com circunstâncias inesperadas", como, por exemplo, a saúde de Mladic, além de "não prejudicar" o acusado.

 

O segundo julgamento incluiria as acusações referentes a Sarajevo, outros municípios e os casos sequestros de membros das Nações Unidas.

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A realização deste outro julgamento "permitirá que Mladic tenha mais tempo para fazer pesquisas preliminares e preparar sua defesa, já que os fatos aos que se refere estão dispersos em um período de tempo muito amplo.

 

Além do massacre de Srebrenica, ele é acusado de crimes contra a humanidade e de guerra, supostamente ocorridos durante o ataque a Sarajevo, que causou a morte de 10 mil pessoas, durante a guerra bósnia (1992-1995).

 

O objetivo é evitar que se repita o ocorrido com o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que morreu em março de 2006, em sua cela, quatro anos depois do início de seu nunca finalizado julgamento.

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