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Projeto anti-imigração ganha força nos EUA

Projeto Minuteman vem ganhando adeptos: americanos que acompanham o crescimento das marchas de imigrantes e temem aumento da entrada ilegal no país

Por Agencia Estado
Atualização:

A professora de artes Laurie Lisonbee preocupava-se com a imigração ilegal mas achava que não era problema seu até que viu na TV centenas de milhares de pessoas participando de marchas de apóio à causa em todo o país. Logo, Lisonbee recrutou vários amigos para participar de uma manifestação pelo Projeto Minuteman, um grupo voluntário que patrulha as fronteiras para impedir que imigrantes ilegais entrem no país. Agora, a professora, de 51 anos, acessa o site do grupo diariamente e planeja uma viagem para a fronteira mexicana para ajudar a construir uma cerca contra os imigrantes. Lisonbee, uma republicana registrada, afirma que apenas um assunto a interessa agora. "Meu voto irá para o candidato mais rígido em relação à imigração, seja ele democrata ou republicano". Organizadores do Minuteman dizem que as marchas de imigrantes se mostraram uma ferramenta de recrutamento inesperada para americanos que estão inquietos em relação ao efervescente movimento de imigração. "Não estamos tentando ser mais populares, a população nos encontrou", disse o diretor executivo do grupo, Stephen Eichler. "Eles acreditam no que eu acredito e estão se juntando a nós". O Projeto Minuteman ganhou atenção no ano passado quando um residente de Orange County, o ex-contador Jim Gilchrist, ajudou a liderar a primeira patrulha de 30 dias na fronteira do Arizona. O grupo incorporou ferramentas políticas, incluindo uma rede de braços regionais e campanhas lobistas por e-mail. Desde o começo das manifestações de imigrantes, 300 braços regionais do projeto se formaram em todo o país. Paralelamente, o número de membros ultrapassou a marca dos 200 mil, segundo Eichler. A meta do grupo é de 500 braços regionais até dezembro e um milhão de membros dentro de um ano e meio. Exagero Contudo, a diretora adjunta do centro americano Southern Poverty Law, Heidi Beirich, que monitora o Projeto Minuteman por sua retórica racista, afirma que a estimativa é ridiculamente alta. Ela não ofereceu dados próprios. "Na fronteira, durante o ano passado, eles tinham talvez 50 pessoas. Se eles tem 200 mil membros, isso não parece certo", afirma. Beirich também questionou a premissa de que as manifestações pró-imigrantes estão ajudando o Minuteman. Segundo ela, muitos recrutas podem comparecer a um ou dois protestos, mas deixam o grupo depois que descobrem suas atitudes extremistas. Nas próximas semanas, O Projeto Minuteman planeja formar uma caravana de Los Angeles até Washington, com paradas em 13 cidades, incluindo refúgio de férias do presidente Bush, em Crawford, no Texas. O grupo também esta angariando fundos para construir uma cerca particular em trechos da fronteira da Califórnia com o México. O aumento da segurança na fronteira é uma idéia popular no Capitólio, onde o debate sobre a imigração deve recomeçar. Mas o congresso se divide quanto a questão é como lidar com os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que atualmente vivem no país. O professor de Sociologia e Ciência Política da Universidade da Califórnia, David S. Meyer, afirma que o crescimento do Minuteman tem "fortalecido a espinha dorsal" de políticos conservadores que do contrário seriam mais cuidadosos em se identificar publicamente com o ponto de vista da organização.

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