Projeto francês pode restringir circulação de quem não se vacinar

Segundo governo, proposta, que alarmou a oposição, busca criar um quadro jurídico sustentável em meio à pandemia

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Por Redação
Atualização:

PARIS - Os franceses poder ter de se vacinar contra a covid-19 para poderem circular livremente, segundo um projeto de lei do governo.

Apesar de a França planejar sair do estado de emergência sanitária causado pela pandemia, o projeto de lei apresentado ao Conselho de Ministros tem como objetivo “estabelecer um quadro jurídico sustentável em face das crises de saúde”, segundo o governo.

Dezenas de pessoas observam iluminação da prefeitura de Paris Foto: EFE/ Julien De Rosa

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Em particular, dá ao primeiro-ministro o poder de decretar várias proibições, de circulação, fechamento de estabelecimentos e até concentrações em vias públicas.

Estas restrições podem estar sujeitas à “apresentação dos resultados de um teste de rastreio negativo ou após o tratamento preventivo, incluindo a administração de uma vacina”.

A oposição vê por trás disso a vacinação obrigatória disfarçada. “De forma sorrateira, este texto não prevê a vacinação obrigatória, mas sim prevenir toda a convivência social para quem não a toma”, disse a presidente do RN (de extrema direita), Marine Le Pen, afirmando se tratar de uma “medida da natureza totalitária”.

“Embora o Executivo tenha indicado que a vacinação não seria compulsória, apresenta um projeto de lei que condiciona nossos movimentos a ela, introduzindo uma forma de desigualdade entre os cidadãos”, disse o deputado Julien Aubert. O assunto é delicado: segundo pesquisa recente, 59% dos franceses não pretendem ser vacinados contra a covid-19, tornando a França um dos países europeus com maior resistência à imunização.

No final de novembro, o presidente Emmanuel Macron anunciou que a vacinação, que começará no domingo, não seria obrigatória. Segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran, o projeto será discutido com todos os setores e tem de “amadurecer”. A oposição se pergunta se poderia haver uma discussão enquanto “as liberdades públicas são restritas”. / AFP

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