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Promotor do TPI reconhece limitações para investigação em Darfur

Promotoria do Tribunal Penal Internacional não pode investigar corretamente os casos de Darfur por não poder oferecer segurança às testemunhas

Por Agencia Estado
Atualização:

O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, reconheceu nesta terça-feira as limitações da Promotoria para investigar crimes de guerra em Darfur, já que é preciso buscar provas fora das fronteiras dessa região sudanesa para não pôr às vítimas em perigo. Em uma mesa-redonda com jornalistas na sede da corte, Ocampo qualificou de "precária" a situação do TPI para investigar em Darfur porque "ali não há testemunhas". "Estamos ajustando a investigação a nossos limites, porque as vítimas e as testemunhas não podem ser protegidas já que não há controle sobre a criminalidade", disse. Por este motivo, a Promotoria começou a investigação, aberta em junho de 2005, realizando entrevistas, "em sua maioria", com refugiados sudaneses em "dez países", disse Ocampo sem especificar quais. "Tentamos recopilar toda a informação e provas possíveis antes de maio, antes da apresentação de nosso relatório (sobre a investigação em Darfur) ao Conselho de Segurança da ONU em junho", explicou. Ocampo especificou que as autoridades e órgãos judiciais no Sudão estão colaborando com o TPI, como demonstraram as reuniões de fevereiro passado com autoridades judiciais na cidade sudanesa de Cartum. Além da investigação de Darfur, o TPI verifica crimes de guerra supostamente cometidos em Uganda e na República Democrática do Congo. Até o momento, somente o acusado congolês Thomas Lubanga Dyilo foi levado a Haia para ser julgado, mas ainda não foi fixada uma data para o início de seu julgamento.

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