Tensão na península coreana mobiliza líderes chineses e americanos O promotor do Tribunal Penal Internacional, na cidade holandesa de Haia, anunciou nesta segunda-feira que abriu uma investigação preliminar para avaliar se o recente bombardeio da Coreia do Norte à ilha sul-coreana de Yeonpyeong configura ou não um crime de guerra. No mês passado, as Forças Armadas da Coreia do Norte abriram fogo em direção a ilha sul-coreana em um confronto que deixou pelo menos quatro mortos. Em um comunicado, o promotor Luis Moreno-Ocampo disse que a investigação se estenderá também aos episódios ligados ao afundamento do navio sul-coreano Cheonan, atingido por um torpedo norte-coreano em março. O afundamento do Cheonan resultou na morte de 46 pessoas. A Coreia do Norte nega qualquer envolvimento com o episódio. Na semana passada, o chefe dos serviços de inteligência sul-coreanos, Won Sei-hoon, disse a um comitê parlamentar que existe grande possibilidade de um novo ataque por parte da Coreia do Norte. O sul-coreano endossou a visão de muitos analistas que veem as ações da Coreia do Norte no contexto de um momento de sucessão dentro do regime norte-coreano e de uma piora da situação econômica do país. A Coreia do Norte não reconhece as fronteiras marítimas declaradas pelas forças da ONU ao final da Guerra da Coreia, encerrada em 1953, que opôs o vizinho comunista do norte contra a Coreia capitalista do sul. Telefonema China pediu que exercícios militares não incentivem escalada de tensões Nesta segunda-feira, o presidente da China, Hu Jintao, discutiu por telefone com seu colega americano, Barack Obama, as tensões entre as Coreias do Sul e do Norte. Segundo a agência estatal chinesa, Xinhua, durante a conversa, Hu advertiu que a crise entre os dois vizinhos pode sair do controle, e pediu uma reação "tranquila e racional" de todas as partes envolvidas no conflito. De acordo com um comunicado da Casa Branca, durante a conversa telefônica com Hu Jintao, Obama pediu que a China condene as ações da Coreia do Norte. O correspondente da BBC em Pequim, Martin Patience, afirma que a China está sob pressão para conter a Coreia do Norte, de quem é o principal aliado. O telefonema coincidiu com o primeiro dia dos exercícios militares armados conduzidos por soldados dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na península. As simulações, que envolvem disparos de navios e de artilharia, estão sendo conduzidas em 29 pontos das costas leste, oeste e sul da península. Cinco ilhas próximas da zona em disputa entre os dois países também estão incluídas, mas a área mais contenciosa - no mar a oeste das Coreias - foi deixada de lado. De acordo com a Xinhua, Hu Jintao pediu a Obama que os exercícios sejam comedidos e evitem resultar em uma escalada das tensões. Em meio à crise na região, os ministros do Exterior de Estados Unidos, Japão e Coreia do Norte se reuniriam em Washington nesta segunda-feira para discutir a crise entre os dois vizinhos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.