PUBLICIDADE

Promotores pedem morte de Mubarak por enforcamento

Pelos massacres durante os protestos, a acusação quer a mesma pena para ministro do governo deposto e 4 ex-policiais

Por CAIRO
Atualização:

Os promotores do processo judicial a que o ex-presidente do Egito Hosni Mubarak responde pediram que o líder deposto em fevereiro seja sentenciado à morte por enforcamento por responsabilidade sobre os assassinatos de manifestantes - cometidos pelas forças de segurança do país - ocorridos durante os protestos que exigiam sua saída do poder. A mesma pena foi sugerida ao ex-ministro do Interior Habib el-Adly e quatro ex-comandantes da polícia, que respondem à mesma acusação. "Retribuição é a solução. Qualquer juiz íntegro deve emitir uma pena de morte para esses réus", afirmou o promotor Mustafa Khater, um dos cinco integrantes da acusação. Muitos egípcios esperam que o julgamento cure algumas das feridas do regime autocrático de Mubarak e ajude seu país a encontrar estabilidade após quase um ano de agitação política sob o governo da junta militar que substituiu o ex-ditador.Mas a multidão de testemunhas convocadas para depor, a complexidade das denúncias e a dificuldade da acusação em obter provas com as forças de segurança pode facilitar para os advogados de defesa a obtenção de penas mais brandas a Mubarak e seus ex-funcionários, que negam todas as alegações dos promotores."A nação e o povo (egípcios) estão esperando uma palavra de justiça e retidão", afirmou Khater. Mais cedo durante a audiência de ontem, o procurador-geral do Egito, Mustafa Suleiman, acusou Mubarak de ser responsável "política e legalmente" pelo massacre. Suleiman acusou o ex-presidente de não impedir as mortes, das quais era informado por auxiliares, forças de segurança e a TV. "Sendo a mais alta autoridade, ele (Mubarak) não pode alegar que não sabia o que estava acontecendo. Ele é responsável pelo que aconteceu e deve arcar com a responsabilidade política e legal pelo que ocorreu", afirmou Suleiman. / AP e REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.