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Promotoria acusa militares de montar atentados na Colômbia

Os oficiais teriam forjado atentados para receber vantagens pessoais na carreira

Por Agencia Estado
Atualização:

O promotor colombiano Mario Iguarán Arana anunciou nesta terça-feira que dois oficiais do Exército serão acusados pela montagem de um falso atentado, dia 14 de julho, poucos dias antes da segunda posse do presidente Álvaro Uribe. De acordo com ele, os oficiais teriam montado os atentados com o objetivo de alcançar promoções pessoais no serviço militar do país. "A Promotoria concluiu que não se tratou de um ato terrorista, tampouco de uma ação de inteligência militar, foi uma montagem que contou com a intervenção de dois oficiais do Exército", disse Iguarán a jornalistas nesta terça. A investigação da Promotoria apontou que os falsos atentados, especialmente um no Centro Comercial Caracas, foram articulados pelo major Javier Efrén Hermida Benavídez e pelo capitão Luis Eduardo Barrero, da Regional de Inteligência Militar do Exército (Rime), uma unidade especializada em operações secretas. O promotor acrescentou em se relatório que os oficiais eram ajudados por uma mulher chamada Lidia Alape, conhecida como "Jessica", uma ex-guerrilheira das Forças Armadas Revolucionárias da Colombia (Farcs). De acordo com o parecer de Iguarán, a mulher cumpria funções de informante da inteligência colombiana e participou ativamente da montagem dos atentados. Os dois oficiais e vários civis, segundo Iguarán, "urdiram um suposto atentado terrorista, para ganhar promoções na sua carreira militar. A partir deste momento, todas as funções e atribuições dos oficiais foram canceladas, ao passo que será aberto um processo definitivo sobre o caso", apontou. Entre os dias 26 de junho e 7 de agosto, dia em que Uribe assumiu o poder pela segunda vez, foram registrados cinco atentados em Bogotá. Uma bomba que explodiu em veículo militar, no dia 31 de julho, provocou a morte de um soldado e ferimentos em outros 19. Os demais atentados foram frustrados.

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