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Promotoria do Equador investiga suposto crime de informática da E-vote

A empresa brasileira não concluiu a apuração rápida de votos, para o qual havia sido contratada

Por Agencia Estado
Atualização:

A Promotoria de Quito revistou os escritórios da empresa brasileira E-vote para investigar a denúncia de um suposto crime de informática na apuração rápida de votos feita pela firma nas eleições de domingo passado. O promotor provincial Washington Pesántez entrou nos escritórios da E-vote, no norte da capital equatoriana, acompanhado de policiais, para recolher informações que possam contribuir para a investigação. O advogado independente Stalin Raza apresentou uma queixa contra a empresa brasileira, que a acusou de crime de informática, e pediu à Promotoria que investigue as causas da paralisação da apuração rápida de votos na madrugada de segunda-feira. A E-vote foi contratada pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) para fazer a apuração rápida, mas seu sistema caiu e ela não pôde completar o trabalho. A empresa brasileira tinha se comprometido a anunciar os resultados extra-oficiais uma hora e meia depois do fim da votação, do domingo, mas até agora não tem um resultado. O TSE rescindiu na segunda-feira o contrato com a E-vote e anunciou que cobraria uma multa, além de abrir um processo por perdas e danos. Segundo declarações de funcionários da E-vote ao promotor Pesántez, o sistema da empresa caiu, aparentemente, por uma incompatibilidade com o do TSE. A E-vote, segundo as declarações, explicou antecipadamente o problema ao TSE. Mas o órgão não teria dado importância à queixa. Pesántez solicitou ao juiz penal Jaime Santos que proíba a saída do país de Santiago Murray, representante da empresa brasileira, e seus colaboradores mais próximos. Ele também pediu o embargo de todos os bens da empresa no Equador, para investigar indícios de crime de informática. A empresa brasileira não concluiu a apuração rápida de votos. Seu sistema caiu na madrugada da segunda-feira, quando haviam sido apurados 70,5% dos votos. Vantagem de Noboa aumenta O multimilionário Álvaro Noboa tem uma vantagem de cerca de 140 mil votos sobre o esquerdista Rafael Correa, com 79,72% da apuração oficial concluída, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE). Noboa obteve até o momento 1.146.287 votos (26,24%), contra 1.006.181 (23,03%) de Correa. Se a tendência for mantida, os dois candidatos disputarão o segundo turno dia 26 de novembro. Atrás de Correa vêm o populista Gilmar Gutiérrez, irmão do ex-presidente Lúcio Gutiérrez, com 17,72% dos votos, o social-democrata León Roldós, com 14,91%, a social-cristã Cynthia Viteri, com 9,67%, e o indígena LuisMacas, com 2,25%. O TSE prometeu para esta quarta-feira os resultados totais da eleição presidencial, e para quinta-feira os dos parlamentares andinos e deputados.

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