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Proposta de paz ainda pode dar frutos

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Jackson Diehl / W. POST

Mais "bombas caseiras" foram jogadas nas cidades sírias esta semana e civis continuam a passar fome nos subúrbios de Damasco. O regime militar egípcio insiste na tentativa de esmagar a Irmandade Muçulmana e, com isso, segue distante a perspectiva do retorno da democracia no mais importante aliado árabe dos EUA. Líbano e Iraque sofrem com assassinatos e conflitos sectários. E onde está John Kerry? Na paz de Jerusalém e Ramallah, reunindo mais fichas para sua ousada aposta na negociação de um acordo entre israelenses e palestinos. Como compreender essa escolha?

A longa história dos fracassos no processo de paz do Oriente Médio e personagens como o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, aumentam a probabilidade de os pessimistas terem a razão. Mas algumas pessoas inteligentes que conheço começam a pensar duas vezes antes de apostar contra Kerry, porque ele emprega uma tática mais sábia do que a de Barack Obama em seu primeiro mandato.

Obama também pensou que seria o pai da paz no Oriente Médio e, confiante, deu a si mesmo um prazo de dois anos. Ele tornou o congelamento da construção de assentamentos israelenses o foco da diplomacia americana, calculando que um confronto público com Netanyahu obrigaria o israelense a ceder.

O único resultado foi azedar as relações com Netanyahu, que obteve uma fácil reeleição no ano passado enquanto manteve a política de expansão dos assentamentos. Kerry conseguiu resultado melhor graças ao seu retorno ao tradicional método americano de administrar líderes israelenses. Ele conversou com Netanyahu em particular e deixou de lado o delicado tema dos assentamentos.

Kerry também modificou a irreal meta de chegar à conclusão de um acordo antes do fim de abril. Ele passou a tentar conquistar o apoio para um "esboço". Provavelmente, isso incluiria o reconhecimento de Israel como Estado judaico por parte dos palestinos, o posicionamento de soldados israelenses perto da fronteira com a Jordânia e termos que excluam a possibilidade de um retorno "em massa" dos refugiados palestinos para Israel. Em troca, Netanyahu engoliria os princípios segundo os quais o território palestino teria como base as fronteiras israelenses de 1967, com capital em Jerusalém.

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