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Proposta de paz do governo libanês ganha apoio da UE

O Hezbollah e seus críticos disseram concordar com um pacote de medidas para um acordo de paz que inclui a promessa de um eventual desarmamento das guerrilhas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Hezbollah e seus críticos dentro do governo do Líbano adotaram uma posição uniforme e concordaram com um pacote de medidas para um acordo de paz que inclui o fortalecimento de uma força internacional no sul do Líbano e a promessa de um eventual desarmamento das guerrilhas. Membros da União Européia afirmaram nesta sexta-feira que as propostas formam a base para um acordo, aumentando a pressão sobre os Estados Unidos para o estabelecimento de um cessar-fogo. A posição uníssona do Hezbollah e de seu grupo xiita aliado, o Amal, assim como da maioria de seus opositores, deu ao governo libanês uma voz ativa nas negociações para resolução do conflito. Um governo dividido encorajaria o Conselho de Segurança da ONU a tomar ações sobre a crise no Líbano sem consultar Beirute. A união dos libaneses em busca de um acordo de paz foi resultado da destruição massiva de diversas áreas do país pelos bombardeios israelenses, agora em sua terceira semana. O plano foi aprovado depois de seis horas de reuniões no Gabinete do primeiro-ministro Fuad Saniora. Os detalhes do plano ainda não estão claros e ainda não está confirmado se o Hezbollah irá cumprir as medidas do governo libanês e extinguir seu braço militar. Saniora salientou durante a conferência internacional em Roma na quarta-feira uma série de propostas que incluiriam um cessar-fogo imediato. Apoio europeu Enviados da União Européia se encontraram com Saniora e reafirmaram que o bloco europeu está realizando todos os esforços possíveis para alcançar um "cessar-fogo imediato". Participaram do encontro o ministro do Exterior da Finlândia, Erkki Tuomioja; a comissária de relações externas da União Européia, Benita Ferrero-Waldner e o enviado especial ao Oriente Médio, Marc Otte. O plano libanês também apresenta à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, um pacote que ela achará difícil de ignorar quando retornar à região para novas negociações. Rice já esteve na região no início desta semana, mas não obteve avanços. Na quarta-feira, uma conferência realizada na Itália também falhou em propor uma solução para conflito, pois os Estados Unidos, apoiados pela Grã-Bretanha, insistiram que o cessar-fogo deveria estar vinculado a esforços maiores para desarmar o Hezbollah Posição americana Reunidos nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair mantiveram suas posições iniciais de que qualquer solução para a crise atual deve remeter às causas iniciais do problema, afastando a possibilidade de um cessar-fogo imediato. Para os dois líderes, caso não seja desta forma, a violência retornará ao povo libanês. Eles se referiam a uma resolução de 2004 do Conselho de Segurança que determinou o desarmamento do Hezbollah - algo que o governo libanês foi incapaz de fazer Ainda assim, os dois líderes apoiaram o envio de uma nova resolução sobre o assunto para ser votada na semana que vêm pelo Conselho de segurança. Bush disse que ele e Blair esperam que a resolução providencie "um plano claro para o fim das hostilidades sobre bases urgentes e estabelecendo o envio das forças multinacionais. Bush voltou a responsabilizar a Síria e o Irã pelas ações do Hezbollah. "O Hezbollah, apoiado pelo Irã e a Síria, quer matar e usar a violência para impedir a disseminação da paz e da democracia", disse o presidente americano. "Mas eles não conseguirão." Blair reforçou as palavras de Bush. "Nós sabemos como essa situação começou", disse o líder britânico. "Temos que resolver a situação imediatamente. Mas não deveríamos ter nenhuma dúvida de que a paz será temporária se não pusermos em ação um plano de longo prazo".

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