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Prostitutas de Atenas exigem trabalhar durante Olimpíadas

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 50 prostitutas marcharam, hoje, diante do parlamento grego, para protestar contra a decisão do governo de revogar uma lei que poderia facilitar a operação de bordéis em Atenas, durante os Jogos Olímpicos, em agosto. ?Nós protestaremos?, disse Dimitra Kanellopoulou, líder do Movimento das Prostitutas Gregas. ?Aqueles que perseveram, vencem. Eles não podem decidir por nós sem nós.? A prostituição é legal e altamente regulamentada na Grécia, mas apenas em bordéis licenciados pelo Estado. A lei, que era uma demanda fundamental dos sindicatos de prostitutas gregas, foi revogada em novembro, depois de discussões entre o primeiro-ministro socialista, Costas Simitis, e o presidente do parlamento, Apostolos Kaklamanis. Ela atenuaria restrições de uma lei de 1999, que estabelece normas para a localização de bordéis. As prostitutas acusam o governo de tentar compelir o legislativo a limpar a capital antes das Olimpíadas, no próximo verão, e querem que isto seja mudado. Fechar bordéis legais, dizem as prostitutas, estimularia o comércio ilegal de sexo antes dos Jogos. ?Nós queremos nosso direito ao trabalho e à dignidade?, elas dizem, numa declaração entregue ao parlamento. ?Mais de 7.000 mulheres que estão licenciadas para trabalhar estão sofrendo ataques e abusos diariamente.? Sob a lei atual, a mistura de zonas residenciais e comerciais em Atenas torna quase todas as áreas fora dos limites permitidos aos bordéis. A Igreja Ortodoxa e outros grupos opõem-se à nova legislação, que permitiria os bordéis operarem perto de edifícios públicos, como escolas, igrejas e centros de atendimento médico. As prostitutas - a maioria ligada à bordéis autorizados pelo Estado ? já realizaram dezenas de protestos nos últimos meses, pedindo que as autoridades desistam da lei de 1999. E, agora, prometem protagonizar mais demonstrações. ?Não vamos cruzar os braços?, elas gritavam, hoje, diante do parlamento.

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