PUBLICIDADE

Protesto contra guerra termina em violência na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou em pancadaria uma manifestação contra a guerra no Iraque convocada por partidos de esquerda e setores da organização de defesa dos Direitos Humanos das Mães da Praça de Mayo, realizada na frente da Embaixada dos EUA na capital argentina. Trezentos manifestantes, gritando palavras de ordem contra o presidente americano, George W. Bush, e a invasão ao Iraque, enfrentaram com paus e pedras a polícia, que vigiava a embaixada dos EUA, no bairro de Palermo. A polícia reprimiu com gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d´água. Depois dos incidentes, os manifestantes marcharam pela Avenida Santa Fe, quebrando as vidraças de bancos e empresas americanas. No fim da noite, mais de mil pessoas manifestaram-se contra a guerra, de forma pacífica, marchando entre o Obelisco e a Praça de Mayo. Uma pesquisa da consultora Graciela Römer e Associados indica que há três meses existia um sentimento anti-Estados Unidos em 57% da população argentina. No entanto, atualmente, esse sentimento antiamericano alcança 70% dos argentinos. Além disso, a pesquisa indica que 90% da população não deseja que a Argentina participe do novo conflito no Iraque. Na Guerra do Golfo, em 1991, o então presidente Carlos Menem, alinhado com os EUA, enviou dois navios de guerra. Diversos analistas afirmam que esta participação foi o motivo para os atentados contra a Embaixada de Israel, em 1992, e a associação beneficente judaica AMIA, em 1994. O argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz, declarou que os ataques dos EUA ao Iraque ao longo dos últimos anos, junto com o embargo econômico, "estão causando a morte de milhares de crianças. É um verdadeiro genocídio". Pérez Esquivel sustentou que estes ataques são similares à bomba de Hiroshima. Veja o especial :

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.