CARACAS - Pelo menos 20 jovens foram detidos na quinta-feira pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB) no leste de Caracas ao final de um protesto convocado pela oposição contra a Assembleia Nacional Constituinte impulsionada pelo governo, que foi dispersado com disparos de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Esses jovens foram presos no município de Chacao, considerado um bastião opositor, e colocados em um caminhão de carga para sua posterior transferência até uma delegacia. Por sua vez, o deputado opositor e primeiro vice-presidente do parlamento, Freddy Guevara, assegurou que o total de detidos é próximo a 40 e acrescentou que entre eles há várias mulheres.
Guevara, coordenador nacional do partido Vontade Popular, detalhou que a maioria dos detidos são estudantes da Universidade Simón Bolívar (USB) de Caracas e foram levados até a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) no oeste da capital venezuelana.
O líder opositor Henrique Capriles divulgou um vídeo no Twitter que mostra agentes da polícia realizando as detenções e "roubando" os estudantes, segundo denunciou. Já o presidente da Federação de Centros de Estudantes da USB, Daniel Ascanio, indicou também no Twitter que entre os detidos há três menores de idade.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática convocou para esta quinta-feira uma mobilização na sede do Poder Eleitoral em Caracas para rejeitar o processo de mudança de Constituição promovido pelo governo de Nicolás Maduro. Os opositores denunciaram que esta manifestação foi "reprimida", o que impediu o prosseguimento do protesto.
Segundo números do Ministério Público, 79 pessoas já morreram na Venezuela em incidentes violentos ocorridos durante ou depois de atos populares a favor e contra o governo desde 1º de abril, quando começou a atual onda de manifestações. / EFE