Protesto dissidente marca funeral de líder reformista no Irã

Iranianos gritaram palavras de apoio ao Movimento Verde, do ex-candidato à presidência Mir Hossein Mossavi

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Teerã - O funeral do ex-presidente do Irã Ali Akbar Rafsanjani foi marcado nesta terça-feira, 10, por palavras de ordem e gritos de apoio ao Movimento Verde, do ex-candidato à presidência Mir Hossein Moussavi, que vive em prisão domiciliar, em um raro sinal de dissenso no país.

Funeral do ex-presidente Rafsanjani foi marcado por palavras de ordem e gritos de apoio ao Movimento Verde Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi

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A cerimônia foi conduzida pelo aiatolá Ali Khamenei, que na polêmica derrota de Moussavi em 2009 apoiou o ex-presidente Mahmoud Ahmadijenad, reeleito sob suspeita de fraudes. 

As ruas adjacentes estavam interditadas, enquanto centenas de milhares de pessoas lotavam as avenidas que levam à universidade no centro da capital. Cartazes com os retratos do imã Khomeini e Rafsanjani juntos proliferavam nas manifestações de luto por quem foi considerado o braço direito do líder da Revolução Islâmica de 1979.

O líder supremo compareceu ao centro universitário para as orações do funeral. O ex-chefe de Estado será enterrado no mausoléu do fundador da República Islâmica, ao sul da capital, por pedido da família de Rafsanjani. As autoridades decretaram três dias de luto oficial. 

Rafsanjani foi um dos pilares da revolução de 1979 e da formação da República Islâmica, na qual ocupou os principais cargos de responsabilidade do país ao longo de sua vida política.

As políticas pragmáticas de liberalização econômica e de melhor relacionamento com o Ocidente promovidas por Rafsanjani atraíram tanto fiéis apoiadores quanto ferrenhos críticos durante sua vida.

Em 2009, ele apoiou Moussavi na eleição, em um momento no qual a retórica anti-Israel e pró-armas nucleares de Ahmadinejad isolava o Irã na comunidade internacional. Foi presidente por dois mandatos, entre 1989 e 1997, e liderou entre 2007 e 2011 a influente Assembleia de Especialistas, que nomeia o líder supremo do Irã. / REUTERS e EFE

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