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Protesto não autorizado em Moscou termina com 31 detidos

Presos são membros da organização chamada Nova Oposição, que inclui grupos nacionalistas sem vínculo com a oposição

Atualização:

MOSCOU - 31 pessoas foram detidas, neste domingo, 2, pela polícia russa no centro de Moscou em um protesto não autorizado pelas autoridades locais.

Polícia detém homem durante protestos em Moscou Foto: REUTERS/Maxim Shemetov

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Segundo informaram fontes policiais à agência Tass, as forças antidistúrbios detiveram diversos manifestantes na estação da Praça Triumfalnaya. Outros sete foram levados pela polícia local na estação da praça Manezhaya.

As forças de ordem praticaram as detenções após advertir por megafone que aqueles que alterassem a ordem pública ou incomodassem outros transeuntes seriam levados a delegacia.

Os detidos são membros da organização chamada Nova Oposição, que inclui grupos nacionalistas sem vínculo com a oposição extraparlamentar e que tinha convocado nesta semana a manifestação sem permissão do Prefeitura moscovita. Também foram detidas várias pessoas em outras zonas da capital russa, e outros sete foram presos na praça Manezhaya, a poucos metros da Praça Vermelha e do Kremlin.

Em uma tentativa de prevenir protestos não autorizadas como os realizados no domingo e que terminaram com centenas de detidos, a polícia isolou a praça no centro da cidade. Além disso, instalaram detectores de metais na entrada da Praça Vermelha, onde nos fins-de-semana se concentram centenas de turistas russos e estrangeiros.

A Promotoria russa já havia advertido na sexta-feira que tomaria medidas contra aqueles que realizassem ações não autorizadas, além de assegurar que não poderia garantir a segurança de seus participantes.

Além disso, ordenou bloquear sites e blogs com mensagens provocadoras, enquanto o Comitê de Instrução iniciou um caso penal contra aqueles que chamaram esta semana nas redes sociais a se manifestar contra o Kremlin.

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O presidente russo, Vladimir Putin, criticou nesta semana o grande protesto de 26 de março contra a corrupção e advertiu que todo o que descumpra a lei "deverá responder de acordo ao direito russo".

Também afirmou que precisamente manifestações não autorizadas levaram "à Primavera Árabe" e ao "golpe de Estado na Ucrânia", como é considerada na Rússia a mudança de poder em Kiev após a derrocada do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich.

O líder opositor russo, Alexei Navalni, foi condenado na semana a 15 dias de detenção após organizar os maiores protestos antigovernamentais desde o retorno ao Kremlin de Putin em maio de 2012.

Dezenas de milhares de russos responderam em mais de 80 cidades do país ao chamada de Navalni para participar de uma jornada de protestos contra a corrupção na administração pública, com o ponto de mira no primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, a quem o opositor acusa de enriquecer com o cargo.

Em Moscou, o protesto, que não foi autorizado pela prefeitura, terminou com Navalni e vários centenas de manifestantes detidos, entre eles muitos estudantes do ensino médio e universitários. /EFE

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