A cúpula do Grupo do Rio na cidade peruana histórica de Cuzco foi conturbada, nesta quinta-feira, por protestos, nas ruas, de centenas de professores em greve. Além disso, analistas criticam a suposta pouca eficiência dessas reuniões presidenciais. Os professores, que há dias se manifestam na cidade que sediará a cúpula, voltaram a ocupar as ruas, tentando ultrapassar os cordões que impedem o trânsito até o hotel Monasterio, onde se realizará o encontro. Para dispersá-los, ocorreram novamente hoje disparos de bombas de gás lacrimogêneo. A XVII Cúpula de chefes de Estado e de governo do Grupo do Rio começará amanhã, sexta-feira, e terminará no sábado, com a assinatura do Consenso de Cuzco, que os chanceleres acertavam a portas fechadas. A greve dos professores é de caráter nacional, em demanda por melhores salários. Os dirigentes da categoria concentraram os protestos em Cuzco para exercer maior pressão sobre o governo do presidente Alejandro Toledo. Ao mesmo tempo, alguns analistas colocaram em dúvida estas cúpulas, iniciadas em 1987 pelo países latino-americanos, questionando seus resultados práticos. Perguntado sobre qual o peso desta cúpula latino-americana perante os EUA, o analista Enrique Bernales respondeu que era "bem pouco". "Acho que a decisão americana de invadir o Iraque e depois ocupá-lo mudou os focos de interesse e de atração americana sobre outras regiões do mundo", explicou. O comentarista de assuntos internacionais Alejandro Deutsua disse que o Grupo do Rio era "um foro informal, no sentido de que não tem uma institucionalidade". Segundo Deutsua, esses encontros não passam de "muito barulho por nada".