Motos foram destruídas durante o protesto. Foto: Vnexpress / Reuters
HANÓI - Mais de 20 pessoas foram mortas e um enorme projeto siderúrgico estrangeiro foi incendiado no Vietnã nesta quinta-feira, 15, onde os protestos anti-China se espalharam para o centro do país um dia depois de ataques e saques no sul, de acordo com informações de dirigentes de empresas e médicos. Temendo violência, 600 chineses fugiram para o Camboja.
Um médico de um hospital na província de Ha Tinh, no centro do país, disse que cinco trabalhadores vietnamitas e 16 outras pessoas descritas como chinesas foram mortas na noite de quarta-feira em distúrbios, um dos piores nas relações sino-vietnamitas desde que os dois países se enfrentaram em uma breve guerra fronteiriça em 1979.
"Cerca de cem pessoas foram enviadas para o hospital ontem à noite. Muitas eram chinesas. Muitas outras estão chegando ao hospital esta manhã", disse um médico do Hospital Geral Ha Tinh, por telefone.
Centenas de chineses fugiram para o Camboja para escapar dos distúrbios anti-China no Vietnã, informou a polícia do Camboja. "Ontem mais de 600 chineses vieram do Vietnã para o Camboja pelo posto internacional de controle de Bavet", disse à Reuters o porta-voz da Polícia Nacional, Kirt Chantharith.
De acordo com o porta-voz, eles estão em hospedarias e hotéis em Phnom Penh, e cerca de 100 pessoas permaneceram na cidade de Bavet. "Depois que a situação se acalmar, eles poderão voltar para o Vietnã ou ir para outros lugares", disse
Milhares de vietnamitas puseram fogo em fábricas estrangeiras e provocaram distúrbios em zonas industriais no sul e leste do país, reagindo com fúria à prospecção de petróleo pelos chineses numa parte do Mar do Sul da China reivindicada pelo Vietnã. / REUTERS