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Protestos contra o governo no Bahrein deixam quatro mortos e 231 feridos

Militares forçam desocupação de praça e manifestantes denunciam violência desproporcional

Atualização:

Xiitas fazem passeata em homenagem aos mortos dos protestos.

 

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MANAMA - As forças de segurança do Bahrein tomaram o controle dos principais pontos de Manama, capital do país, nesta quinta-feira, 17, após um dia de violentos enfrentamentos com os manifestantes que pedem reformas políticas e sociais ao governo do rei Hamad bin Isa al-Khalifa. Ao menos quatro pessoas morreram nos incidentes.

 

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A ação mais violenta ocorreu no centro de Manama, na Praça das Pérolas, local ocupado pelos manifestantes desde a terça-feira após a morte de duas pessoas na repressão aos protestos do início da semana. A polícia, auxiliada pelas Forças Armadas, forçou a desocupação do local. Bombas de gás lacrimogêneo foram usadas e tiros de advertência foram disparados. Os militares disseram que não vão tolerar mais manifestações.

 

Os manifestantes denunciaram a forte repressão das forças de segurança. "Estão nos matando!", disse um deles. "Isso é uma atrocidade. Eles atacaram com o objetivo de nos matar", disse outro. Segundo o ministro da Saúde, Faisal bin Yaqoob al-Hamer, três pessoas morreram no local, e uma morreu depois por causa dos ferimentos. Ele ainda disse que 231 pessoas ficaram feridas.

 

Um comunicado das Forças de Defesa do Bahrein informou que 50 soldados estavam recebendo tratamento médico após sofrerem ferimentos causados por manifestantes armados com "adagas, espadas e facas". O ministro da Saúde ainda disse que 36 pessoas recebiam tratamento no hospital.

 

Os protestos no Bahrein tiveram início no começo da semana, estimulados pelas revoltas populares do Egito e da Tunísia, onde ditaduras que já duravam décadas foram derrubadas. No Bahrein, a maioria da população - cerca de 70% - é xiita, mas o governo do rei é sunita. Os manifestantes querem uma sociedade mais igualitária. Um grupo de partidos da oposição, liderados pelo bloco xiita Wefaq, exigiu a renúncia do governo e a formação de um novo gabinete de unidade nacional.

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A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, condenou a violência nos protestos e pediu que o governo do Bahrein "modere" as reações às manifestações. A Casa Branca e a Organização das Nações Unidas (ONU) também expressaram inquietação com a situação do pequeno reino do Oriente Médio. O chanceler bahreinita, por sua vez, disse que a repressão aos protestos visou "tirar o país da beira do abismo sectário".

 

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