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Protestos eleitorais na Costa do Marfim matam ao menos três

Atual presidente se recusa a deixar o poder; opositores afirmam que 17 já morreram

Atualização:

Protestos tomaram conta da capital marfinense.

 

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ABIDJÃ - Vários manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos depois que o Exército e a polícia dispararam nesta quinta-feira, 16, contra partidários do homem reconhecido internacionalmente como o presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara. Os apoiadores de Ouattara tentavam tomar o controle da televisão estatal, que continua nas mãos de Laurent Gbagbo, que há dez anos ocupa a presidência do país. Ele se recusa a deixar o poder e afirma que venceu a eleição de 28 de novembro.

 

Soldados do Exército leais a Gbagbo tentaram dispersar os opositores com gás lacrimogêneo e perseguiram partidários desarmados pelas ruas da capital. Segundo a oposição, 17 pessoas foram mortas, embora apenas três tenham sido confirmadas até agora.

 

No início do mês, a comissão eleitoral da Costa do Marfim, apoiada pela Organização as Nações Unidas (ONU), declarou Ouattara como o vencedor do segundo turno. Mas aliados de Gbagbo anularam uma quantidade de votos suficiente para que o presidente se mantivesse no cargo. Além da televisão estatal, Gbagbo continua a controlar as forças de segurança do país, embora Ouattara conte com o apoio de ex-líderes rebeldes.

 

Os confrontos de hoje se seguem a uma promessa anterior feita por Guillaume Soro, ex-líder rebelde e primeiro-ministro de Ouattara, de tomar o controle da televisão estatal ainda esta semana. Soro prometeu realizar uma reunião de gabinete na sexta.

 

A União Europeia disse que vai aplicar sanções e emitir documentos que impeçam os líderes da Costa do Marfim de viajar para o território, com o objetivo de atingir Gbagbo e seus partidários. Nesta quinta, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que está "profundamente preocupado" com o impasse na Costa do Marfim e afirmou que os protestos e confrontos "podem ter consequências imprevisíveis, incluindo uma nova guerra civil", segundo um comunicado da organização. As informações são da Dow Jones.

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