27 de maio de 2011 | 12h09
NICÓSIA - Pelo menos oito civis sírios morreram nesta sexta-feira, 27, durante a repressão policial contra manifestantes que pedem a saída do presidente Bashar al Assad. Segundo o Observatório sírio para os Direitos Humanos, quatro pessoas foram mortas no subúrbio da capital Damasco, informou a agência de notícias AFP.
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"Nós temos três pessoas mortas na cidade de Dael, no sul, três outras no subúrbio de Damasco de Qatana, uma no subúrbio de Zabadani e outra em Jableh, localizada próxima da cidade costeira de Latakia", disse Rami Abdel Rahman, contatado por telefone.
Nesta sexta-feira, milhares de sírios saíram às ruas em diversas cidades do país para participar de uma nova jornada de protestos contra o regime de Bashar al Assad, segundo ativistas da oposição. Os protestos desta sexta-feira começaram após as orações do meio-dia.
As manifestações ocorreram em diferentes bairros da capital, assim como em cidades como Homs, Baniyas e Alepo, segundo informações divulgadas por grupos opositores.
As mesmas fontes da oposição disseram que nas primeiras horas do protesto dezenas de pessoas foram detidas, enquanto havia um número não determinado de feridos.
As versões dos ativistas da oposição não puderam ser confirmadas pelo forte controle da informação imposto pelo regime de Assad.
O governo expulsou vários jornalistas estrangeiros do país e deteve ou proibiu repórteres de veículos internacionais de trabalhar.
Desde que os protestos políticos começaram em meados de março na Síria, cerca de mil pessoas morreram por causa da repressão policial, segundo cálculos de organizações de direitos humanos.
Investigação da ONU
Também hoje, o Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu acesso imediato à Síria, para investigar as centenas de mortes cometidas pelo regime do presidente Bashar Assad. Um porta-voz do órgão, Rupert Colville, disse que ainda não houve uma resposta do governo sírio, após um pedido oficial ser feito em 6 de maio.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, já pediu a Assad que coopere com o conselho. Segundo a subsecretaria-geral da ONU Valerie Amos, porém, funcionários disseram que "esta é uma situação doméstica, com a qual as autoridades sírias creem que têm a capacidade para lidar elas mesmas". Os protestos são contra o governo de Assad e por reformas políticas e melhorias econômicas.
Com informações da Agência Estado e Efe
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