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Protestos no Afeganistão deixam quatro mortos

Confronto mais violento aconteceu nas cercanias da base americana de Bagram

Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de afegãos confrontaram a polícia e o exército nesta segunda-feira durante protestos contra a publicação de caricaturas do profeta Maomé em jornais europeus. Segundo fontes oficias citadas pela Associated Press, quatro pessoas morreram e pelo menos 19 ficaram feridas. Os piores enfrentamentos aconteceram nas cercanias da cidade de Bagram, próximo à principal base americana no Afeganistão. Policiais afegãos abriram fogo contra cerca de duas mil pessoas quando os manifestantes forçaram a entrada à fortemente guardada instalação militar, informou o chefe do governo local, Kabir Ahmed. Duas pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas durante os enfrentamentos. Oito policiais também se machucaram. Segundo um porta-voz do exército americano, as tropas dos EUA não atiraram contra a multidão e a segurança foi deixada para a polícia afegã. Protestos também foram registrados em outras regiões do país. Na cidade Mihtarlam, no centro do Afeganistão, a polícia atirou contra manifestantes em resposta a disparos vindos da multidão, informou o porta-voz do ministério do Interior. Pedras e facas também foram usadas contra a polícia. Dois insurgentes foram mortos e outras três pessoas ficaram feridas. Duas delas eram policiais. Enquanto isso, em Cabul, capital do país, cerca de 200 manifestantes tentaram derrubar o portão da embaixada da Dinamarca, mas não conseguiram. Muitos gritavam "abaixo aos antiislâmicos", o que levou a polícia a mobilizar um forte esquema de segurança nas ruas da cidade. A província de Takhar também foi palco de confrontos. Centenas de afegãos participaram de protestos e alguns quebraram as vidraças da prefeitura e do escritório provincial. Em Chaikal, na província de Tarwan, os manifestantes promoveram um quebra-quebra em várias dependências do governo, mas fontes oficiais asseguram que a situação já está controlada. Soldados dos Estados Unidos prenderam dois fotógrafos que registravam as agressões e checaram os discos de memória de um fotógrafo da Associated Press, mas não o prenderam. O porta-voz do Ministério do Interior afegão, Yousif Stanikzai, disse que os incidentes foram provocados pelos "inimigos do Afeganistão", referindo-se aos rebeldes talebans. O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, condenou a publicação das charges do profeta Maomé e pediu que esse tipo de ato não se repita. "Qualquer insulto ao sagrado Profeta é um insulto a mais de um bilhão de muçulmanos", assegurou Karzai, que pediu que "a imprensa e o resto do mundo respeitem a cultura e a religião das pessoas".

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