Protestos paralisam duas cidades no Iêmen; duas pessoas morrem

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Por MOHAMMED GHOBARI E MOHAMED SUDAM
Atualização:

Forças de segurança do Iêmen mataram dois manifestantes e feriram dezenas de outros nesta quarta-feira, enquanto grandes manifestações exigindo a queda do presidente Ali Abdullah Saleh paralisaram as duas maiores cidades iemenitas. Os episódios de violência acontecem num momento que o Iêmen enfrenta uma crise no fornecimento de combustível tão grave que o país, um modesto produtor de petróleo, considera comprar a commodity da Arábia Saudita para compensar o bloqueio de sua principal província petrolífera por integrantes de tribos alinhadas aos manifestantes. Após três meses de manifestações diárias no país localizado na Península Arábica, manifestantes frustrados com a relutância de Saleh em deixar o poder após quase 33 anos estão buscando novas formas de contestar seu domínio. Muitos têm pedido para que a esporádica greve geral se transforme em um evento diário. No sul da capital Sanaa, franco-atiradores mataram dois manifestantes em Taiz, onde protestos tentavam aumentar a pressão pela renúncia de Saleh interditando prédios do governo e efetivamente interrompendo a rotina do principal centro industrial do Iêmen. "Lojas estão fechadas e as ruas estão completamente vazias de pedestres, somente manifestantes estão nas áreas em que estão em confronto (com as forças de segurança)", disse Wajdi Abdullah, morador da região. Dezenas de manifestantes foram feridos por tiros, gás lacrimogêneo e golpes de cassetetes por forças de segurança à paisana que tentaram dispersar o bloqueio ao Ministério de Educação na cidade que tem 540 mil habitantes, segundo fontes médicas. Manifestantes retaliaram incendiando um prédio da polícia. Ao invés de recuar, eles aumentaram o bloqueio para impedir o acesso aos serviços públicos e à divisão do Ministério do Petróleo em Taiz. A vizinha e gigante do petróleo Arábia Saudita e os Estados Unidos temem que o aumento da violência poderia conduzir o Iêmen, país empobrecido que já vive um conflito tribal e separatista, ao caos, o que poderia permitir maior liberdade de operação ao braço da Al Qaeda no Iêmen.

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