PUBLICIDADE

Protestos por abertura de templo hindu a mulheres deixam jornalistas feridas na Índia

Manifestantes, homens em sua maioria, cercaram e intimidaram as jornalistas que cobririam o fato

Atualização:

NILACKAL, ÍNDIA - Ativistas e polícia se enfrentaram nesta quarta-feira, 17, durante os protestos contra a abertura às mulheres de um grande templo hindu em Kerala, no sul da Índia, em um contexto de tensão após uma decisão judicial rejeitada pelos conservadores.

Polícia reprime manifestantesem abertura de templo hindu a mulheres em Kerala, naÍndia Foto: ARUN SANKAR / AFP)

PUBLICIDADE

A polícia usou cassetetes para dispersar dezenas de manifestantes que jogaram pedras junto ao templo de Ayyappa, em Sabarimala. 

Os manifestantes, homens em sua maioria, cercaram e intimidaram as jornalistas que cobririam o fato, incluindo uma repórter da agência France Presse. Outras duas jornalistas ficaram feridas, informaram meios de comunicação indianos.

Em setembro, a Suprema Corte da Índia revogou a proibição de longa data que impedia as mulheres de 10 a50 anos de frequentar o templo, que atrai habitualmente milhões de peregrinos. As mulheres em período reprodutivo são consideradas impuras nesta sociedade conservadora e patriarcal. 

Situado no cume de uma colina, o que obriga os peregrinos a uma caminhada de várias horas, o templo seria reaberto nesta quarta-feira pela primeira vez desde a sentença judicial. 

A polícia tentou dispersar os manifestantes que bloqueavam a passagem dos ônibus com peregrinos, tanto homens como mulheres, o que levou à prisão de sete pessoas.

Ativistas e devotasprotestam contra a entrada de mulheres no templohindu Foto: ARUN SANKAR / AFP

"Qualquer um que queira entrar no templo pode fazer isso sem obstáculos", afirmou o chefe da polícia local, Manoj Abraham. 

Publicidade

Uma mulher de 45 anos que quis entrar no templo pela primeira teve de desistir de suas intenções depois que os ativistas impediram sua passagem, apesar de estar cercada por um cordão polícia, indicou a agência Press Trust of India. 

Biju S. Pillai, um jovem de 30 anos, se opõe à reforma e veio de Dubai, onde trabalha, "para proteger a santidade do templo", junto com sua mãe e um filho pequeno, declarou.

"Ninguém deve mudar a maneira como o templo tem funcionado por séculos. Se houver alguma mudança, eles terão de nos matar e passar por cima de nossos cadáveres."

As mulheres podem ter acesso à grande maioria dos templos hindus, mas alguns, apesar das campanhas a favor, continuam sendo proibidos a elas./AFP 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.