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Publicidade oficial vai para jornais alinhados

Por Ariel Palacios CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

BUENOS AIRESDesde 2003, ano em que Néstor Kirchner tomou posse como presidente, o governo argentino direcionou a publicidade oficial preferencialmente para meios de comunicação amigáveis. Eleonora Rabinovich, diretora da área de liberdade de expressão da Associação pelos Direitos Civis, disse ao Estado que "há discriminação e falta de transparência nos critérios de licitação da publicidade oficial". A jornalista María O"Donnell, autora do livro "Propaganda K", sobre os gastos do governo Kirchner com a publicidade, sustenta que essa é uma das formas de pressionar a mídia. "A publicidade oficial na Argentina cresceu de US$ 11 milhões em 2003 para US$ 261 milhões em 2009. Isso é ilustrativo", disse. Segundo ela, os Kirchners "não são os primeiros presidentes do país que usam publicidade do Estado com outros fins. Mas eles gastam mais que os outros". Jornais críticos ao governo Kirchner, como o Diario de Río Negro, da Província de Río Negro, sofreram durante anos com a suspensão total da publicidade. Esse também foi o caso do jornal portenho Perfil. O jornal Crítica, que investigou a corrupção no governo, teve de fechar em abril por diversos problemas financeiros, entre eles o calote promovido pelo governo, que não pagou a publicidade oficial publicada em suas páginas.

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