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Pulverização da oposição é trunfo para a 'gestão K'

Sem uma figura que unifique os adversários, Cristina se mantém em relativa tranquilidade apesar dos problemas

Por BUENOS AIRES e / A.P.
Atualização:

Profunda inveja de Henrique Capriles Radonski. Esta seria a síntese das expressões dos líderes da oposição argentina sobre o candidato que enfrentou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, nas eleições do dia 7 no país caribenho. Apesar da derrota de Capriles, os principais nomes e assessores da maior parte dos partidos que enfrentam a presidente Cristina Kirchner afirmam que atualmente não há condições na Argentina de unificar a oposição ao redor de uma única figura, tal como aconteceu neste ano na Venezuela."Todos querem ser o cacique. Ninguém quer ser índio. É uma briga de egos. Essa oposição é a ideal para Cristina", lamentou um assessor da União Cívica Radical (UCR), em entrevista ao Estado. A UCR é o maior partido da oposição e se vê abalada por divisões internas graves há uma década.Além das divisões dentro de cada partido, os líderes da oposição argentina também recusam-se a sentar com seus rivais de outras correntes de oposição para analisar a possibilidade de formação de um frente única contra o kirchnerismo.A analista Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit, disse ao Estado que "a oposição argentina está muito dividida. Na eleição presidencial do ano passado isso foi uma vantagem para a presidente Cristina". Na ocasião a presidente foi reeleita com 54%. O candidato com melhor desempenho na oposição, o socialista Hermes Binner, teve apenas 16%."Ainda é muito cedo para afirmar se poderia surgir um Henrique Capriles na oposição argentina. As próximas eleições, no ano que vem, são parlamentares. E, para isso, não é necessário que a oposição esteja unida", sustenta Fornoni.

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