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Putin acusa Georgia de "terrorismo de Estado"

Tropas russas receberam ordem de fogo para defenderem suas bases depois que a relação entre os dois países ficou fragilizada

Por Agencia Estado
Atualização:

Em sua primeira aparição pública desde o início da crise com a Geórgia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou neste domingo que o país vizinho praticou "terrorismo de Estado" ao deter quatro militares russos. Paralelamente, o comandante das forças militares russas na Geórgia afirmou que suas tropas receberam ordem de abrir fogo caso suas bases sejam ameaçadas. No fim de uma reunião do Conselho de Segurança do Kremlin, Putin classificou a atitude do Governo do presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, de "terrorismo de Estado acompanhado de tomada de reféns", segundo a agência oficial russa Itar-Tass. Ele sugeriu ainda que a Rússia responderá duramente à captura pelas forças georgianas, na quinta-feira, de quatro oficiais russos acusados de espionagem. Putin também comparou as medidas adotadas pela Geórgia às ações de Laurenty Beria, o temido chefe da polícia secreta do ditador Josef Stálin. Tanto Stálin como Beria eram georgianos. Já o general Andrei Popov, que comanda as forças militares russas na Georgia, deu o recado mais duro deste domingo. Segundo ele, a lei russa autoriza que os militares usem a força para protegerem suas bases. "Estamos prontos para nos defender, inclusive se for necessário atirar", disse Popov. A detenção em Tbilisi dos quatro supostos espiões levou Moscou a convocar para consultas seu embaixador na Geórgia, a evacuar o pessoal diplomático, a suspender a retirada de suas bases do país do Cáucaso e a concentrar tropas na fronteira comum. Putin fez os comentários durante uma reunião de emergência com os comandantes das Forças Armadas, ministros do alto escalão do governo e chefes dos serviços de inteligência para discutirem a degradação da crise entre os dois antigos Estados soviéticos. O Ministério das Relações Exteriores da Geórgia reagiu aos comentários de Putin, dizendo que as declarações de Moscou são "uma ameaça explícita de uso da força militar". Ampliada às 21h31

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