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Putin ameaça líder ucraniano com sanções

Em reunião, presidentes da Rússia e da Ucrânia expõem diferenças, mas concordam em reduzir tensão militar; Kiev grava captura de soldados russos

Por MINSK
Atualização:

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu ontem a seu homólogo ucraniano, Petro Poroshenko, em reunião na Bielo-Rússia, uma pausa na ofensiva contra os rebeldes pró-Moscou e ameaçou promover uma retaliação econômica em razão da assinatura de um acordo comercial entre a Ucrânia e a União Europeia.

Vladimir Putin discursa em Minsk, na Bielorrússia Foto: Alexander Zemlianichenko/AP

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O líder russo afirmou que a economia de seu país pode perder cerca de US$ 2,8 bilhões se bens europeus chegarem a seus mercados através da Ucrânia, depois de Kiev ter firmado o pacto comercial com a União Europeia em junho. Ele advertiu que Moscou retaliaria com sanções comerciais se isso ocorrer.

No primeiro encontro dos dois líderes desde junho, o ucraniano exigiu que a Rússia interrompa o envio de armamento para os combatentes separatistas no leste da Ucrânia.

Poucas horas antes, o governo de Kiev afirmou ter capturado na segunda-feira 10 soldados russos em uma "missão especial" em território ucraniano. Uma fonte do Ministério da Defesa russo declarou a agências de notícias de seu país que os homens cruzaram a fronteira por engano. O serviço de segurança divulgou um vídeo no qual os soldados se identificam e falam sobre sua atuação. A informação de que forças ucranianas capturaram soldados russos aumentou a tensão entre os dois países durante a reunião. O porta-voz militar ucraniano, Andri Lysenko, refutou a explicação e disse que os rebeldes estavam atacando a cidade de Novoazovsk, na região sudeste e forças ucranianas destruíram 12 veículos blindados de infantaria na área.

A Rússia nega as acusações da Ucrânia de que envia armas e combatentes para ajudar os separatistas no leste da Ucrânia. Os EUA e a UE apoiaram Kiev impondo sanções a Moscou, um impasse que levou tanto a Rússia quanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a aumentar suas manobras militares.

"Hoje, (a crise na Ucrânia) não pode ser resolvida com uma escalada ainda maior do panorama militar sem levar em conta interesses vitais das regiões do sudeste do país e sem um diálogo pacífico com seus representantes", disse Putin.

Poroshenko respondeu defendendo um plano de paz que divulgou em junho, quando os separatistas da região de Donbas, no sudeste ucraniano, desdenharam seu convite para depor armas e sair por um corredor de segurança. "A condição primordial para uma estabilização é a criação de um controle eficaz da fronteira russa-ucraniana. É vital fazer tudo para deter a entrega de armas aos combatentes", declarou.

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/ REUTERS e AP

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