Putin analisa crise norte-coreana com enviado chinês

O representante chinês indicou que os dois países "defendem uma reação internacional forte, mas moderada"

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Por Agencia Estado
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, analisou neste sábado com Tang Jiaxuan, enviado especial do presidente da China, a crise provocada pelo recente teste nuclear na Coréia do Norte. "Nossos contatos e ações coordenadas em política internacional, especialmente sobre as questões mais sensíveis e agudas, como a situação em torno do programa nuclear norte-coreano, são muito importantes", disse Putin ao início da reunião. Tang destacou que o objetivo de sua viagem é "trocar opiniões sobre o problema nuclear norte-coreano", e transmitiu a Putin uma mensagem verbal do presidente da China. Putin expressou a confiança de que em breve, durante a cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, que acontecerá na capital vietnamita, Hanói, em 15 de novembro, vai reunir-se com o líder chinês. Também lembrou que o primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov, viajará a Pequim em breve. Pouco antes, o enviado da presidência chinesa se reuniu com o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Ivanov, que foi mais explícito em suas avaliações da crise que ambas as partes compartilham. Referindo-se ao projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, Ivanov destacou que Rússia e China consideram que "o problema nuclear na península de Coréia deve ser resolvido por meios diplomáticos e pacíficos". "O uso da força fica, certamente, descartado", enfatizou. Os esforços diplomáticos, indicou Ivanov, devem estar orientados ao retorno às negociações de seis lados (Rússia, Estados Unidos, China, Japão e as duas Coréias). "Com a China, compartilhamos a convicção de que os meios de pressão política por parte do Conselho de Segurança não podem ter caráter atemporal e as sanções, se forem aprovadas, deverão ser levantadas assim que as negociações forem reiniciadas", ressaltou. Além disso, as sanções "não deverão ter o mínimo indício de força nem estar orientadas contra o povo coreano", acrescentou Ivanov. Por sua parte, o representante chinês indicou que os dois países "defendem uma reação internacional forte, mas moderada". "O Conselho de Segurança deve aprovar uma resolução equilibrada e moderada, que permita continuar os esforços diplomáticos" para superar a crise, ressaltou. Na sexta-feira, Tang também se reuniu com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Igor Ivanov, e com o ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov. Após a reunião, Lavrov afirmou que no projeto de resolução sobre a Coréia do Norte que se debate atualmente no Conselho de Segurança da ONU, e que poderia ser aprovado neste sábado, "ainda há elementos que devem ser detalhados e debatidos". "Estamos trabalhando nisso", concluiu o ministro russo. Entretanto, o vice-ministro de Assuntos Exteriores russo, Alexander Alexeyev, que se encontra em Pyongyang, disse na sexta-feira que o governo da Coréia do Norte estaria disposto a retomar as negociações de seis lados, que interrompeu em novembro passado em resposta a uma série de sanções por parte de Washington Pyongyang "deseja, em um futuro próximo, resolver pela via das negociações os problemas relacionados com a desnuclearização da península da Coréia", disse Alexeyev, negociador russo no grupo dos seis, após reunir-se com seu homólogo norte-coreano, Kim Gye-gwan.

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