Putin defende restrições de ONGs

Presidente da Rússia condena a espionagem e defende a política de limitar investimentos internacionais para ONGs russas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que a descoberta de um suposto esquema de espionagem envolvendo diplomatas britânicos, também acusados de destinar recursos a organizações não-governamentais (ONGs), mostra que o governo tem o direito de impor restrições a essas entidades. Em declarações feitas a emissoras locais de televisão, Putin parecia pouco disposto a optar pela expulsão dos quatro funcionários da Embaixada da Grã-Bretanha, acusados de espionagem, e assegurou que Moscou não pretende permitir que o escândalo prejudique suas relações com o Ocidente. A FSB - principal agência russa de espionagem, sucessora da KGB - acusa os quatro diplomatas britânicos envolvidos no escândalo de enviar, em segredo, dinheiro a diversas ONGs, entre elas o Grupo Helsinque Moscou, conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos humanos. Nesta quarta-feira, a Duma, câmara baixa do Parlamento russo, aprovou uma resolução por meio da qual condenou o suposto envolvimento de serviços estrangeiros de espionagem no financiamento de ONGs. No início do mês, Putin sancionou uma lei com o objetivo de limitar o financiamento e as atividades das ONGs no país, atraindo críticas do Ocidente. "Creio que agora está claro para muita gente o motivo pelo qual a Rússia aprovou uma lei regulamentando as atividades das ONGs", declarou o presidente russo. "O objetivo da lei é impedir que outros países interfiram na vida política interna da Rússia". Na opinião do Kremlin, as ONGs financiadas com dinheiro procedente do exterior tentam disseminar o descontentamento com o governo. As queixas ganharam força após políticos reformistas simpáticos ao Ocidente terem assumido o poder nas ex-repúblicas soviéticas da Geórgia, da Ucrânia e do Quirguistão, depois de manifestações públicas apoiadas por ONGs financiadas por governos ocidentais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.