O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira, 7, que ainda há diferenças com os Estados Unidos a respeito das abordagens e avaliações sobre a crise na Ucrânia, após uma conversa por telefone com o presidente norte-americano, Barack Obama, informou o Kremlin.
Em comunicado nesta sexta-feira, Putin disse que o novo governo de Kiev, que assumiu em um golpe anticonstitucional, impôs "decisões absolutamente ilegítimas para as regiões leste, sudeste e a Crimeia".
"A Rússia não pode ignorar pedidos por ajuda neste tema e age de acordo, cumprindo totalmente a legislação internacional", disse Putin.
Mais cedo, o premiê interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, disse que o país está disposto a conversar com a Rússia, mas antes Moscou precisa retirar suas tropas, respeitar os acordos internacionais e interromper o apoio a "separatistas e terroristas".
O premiê disse que solicitou um segundo telefonema com o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev. Os dois conversaram no sábado, no único contato de alto nível entre os dois países desde o início da crise.
"Nós declaramos nossa disposição para dialogar com o governo russo", disse. Yatseniuk listou uma série de condições, incluindo a retirada de tropas e o fim do "apoio a separatistas e terroristas na Crimeia".
A liderança pró-Moscou da Crimeia, que assumiu o poder quando tropas russas ocuparam a região na semana passada, anunciou na quinta-feira que o Parlamento da região aprovou a adesão imediata à Rússia e convocou um referendo sobre a questão para 16 de março.
"Ninguém no mundo civilizado irá reconhecer os resultados de um chamado referendo realizado por essas chamadas autoridades", disse Yatseniuk, que considerou os planos ilegais e inconstitucionais. / REUTERS