Putin diz ter boa relação com Bush, mas critica os EUA

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Por Agencia Estado
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país e os Estados Unidos continuam parceiros, e disse palavras amistosas a respeito do presidente George W. Bush, mas atacou a legitimidade da eleição americana, das eleições previstas para janeiro no Iraque e afirmou que gostaria de saber se os EUA agem deliberadamente para isolar a Rússia no cenário internacional. Numa entrevista coletiva na qual respondeu a 51 perguntas sobre diversos assuntos, o líder russo atacou o plano de eleições no Iraque, que segundo ele não serão justas se realizadas com o país sob ocupação de tropas estrangeiras. Ele atacou os EUA por dizerem que a Chechênia não está pronta para realizar eleições, ao mesmo tempo em que patrocinam o pleito iraquiano. Putin também criticou a eleição presidencial americana, dizendo que nela houve os mesmos tipos de violação apontados no pleito da Ucrânia, condenado pela comunidade internacional. O presidente russo afirmou que sua relação pessoal com Bush continua sólida, mas reagiu duramente às críticas feitas pelos EUA à reforma polícia patrocinada pelo governo russo, que prevê a supressão de eleições diretas para governador. Quando um repórter lhe perguntou o que achava da declaração do presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, de que "para todas as superpotências, uma Rússia sem a Ucrânia é melhor que uma Rússia com a Ucrânia", Putin respondeu: "Se interpretarmos isso como uma tentativa de limitar a capacidade da Rússia de desenvolver relações com seus vizinhos, então isso representa um desejo de isolar a Federação Russa". E completou: "Não creio que esse seja o objetivo da política americana", mas afirmou que levantará a questão com Bush quando os dois se reunirem, em fevereiro. Putin acusou ainda os EUA de manter uma política para a Chechênia "destinada a criar elementos desestabilizadores para a Federação Russa".

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