Putin e Netanyahu reúnem-se para discutir questão síria

Encontro ocorre em meio a temores de que Moscou possa dar mísseis avançados a Damasco

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MOSCOU - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reuniram-se nesta terça-feira, 14, para conversações concentradas na situação da Síria, em meio a temores de que Moscou possa, em breve, fornecer mísseis avançados a Damasco. Autoridades israelenses pediram à Rússia que interrompa o que chamaram de iminente entrega de sistemas de defesa da mísseis S-300 para o governo de Bashar Assad. Porém, nenhum dos líderes mencionou os mísseis em suas breves declarações de abertura e de encerramento, após o encontro.

Eles não responderam perguntas dos jornalistas. A recusa em falar sobre a questão dos mísseis em público e o tom amigável usado pode indicar que houve um entendimento durante as várias horas de negociações. Putin encerrou a reunião dizendo que Rússia e Israel compartilham as preocupações sobre a situação na Síria. O presidente russo disse que ele e Netanyahu acreditam que o conflito sírio está repleto de consequências negativas para toda a região, acrescentando que os dois concordaram em acompanhar a situação por meio de contatos pessoais e relações entre os serviços especiais russo e israelense. "Somente a rápida interrupção das hostilidades e um acordo político podem evitar um cenário negativo", disse Putin. "Neste momento sensível, é particularmente importante evitar qualquer ação que possa desestabilizar a situação."Putin elogiou o que descreveu como ligações próximas entre os dois países e Netanyahu respondeu no mesmo tom, além de convidar Putin para fazer outra viagem a Israel. Netanyahu afirmou também que a situação volátil no Oriente Médio exige ações para melhorar a segurança. "A região ao redor de nós é muito instável e explosiva e, portanto, estou feliz pela oportunidade de examinarmos juntos nova formas de estabilizar a área e levar segurança e estabilidade à área", disse ele no início das conversações. As declarações calorosas e as garantias de amizade mútua contrastaram com as fortes críticas feitas pelo ministro do Turismo de Israel, Uzi Landau, que na segunda-feira acusou a Rússia de desestabilizar o Oriente Médio ao vender armas para o regime de Assad. "Qualquer um que forneça armamento para organizações terroristas está ao lado do terrorismo", declarou Landau.Em suas declarações finais, Netanyahu enfatizou a necessidade de Israel proteger seu povo, acrescentando que "discussões profundas e minuciosas" com a Rússia ajudariam a encontrar formas para melhorar a estabilidade regional. / AP

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