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Putin muda gabinete para manter influência

Substituição de ministro liberal da Economia é a principal mudança

Por AP E REUTERS
Atualização:

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, substituiu ontem três ministros de seu gabinete, com o aparente objetivo de manter assessores de sua confiança e a influência em cargos-chave mesmo depois de deixar o poder, no ano que vem. A principal mudança foi a saída do ministro da Economia, German Gref, substituído por Elvira Nabiulina, que era vice-ministra da pasta. Gref, um defensor da economia de mercado, era freqüentemente criticado por assessores do Kremlin que queriam maior controle do Estado sobre a Economia. Além de Gref, saíram do gabinete o ministro de Saúde e Assuntos Sociais, Mikhail Zurabov, e do Desenvolvimento Regional, Vladimir Yakovlev. Os dois eram considerados as figuras menos populares do governo de Putin. Tatiana Golikova, vice-ministra das Finanças até ontem, foi nomeada ministra de Saúde e Assuntos Sociais. Dmitri Kozak, forte aliado de Putin, substituirá Yakovlev. Segundo analistas, uma das mudanças mais significativas anunciadas por Putin ontem foi a nomeação do atual ministro das Finanças, Alexei Kudrin, como vice-primeiro-ministro. O fortalecimento político de Kudrin, que acumulará os dois cargos, indica que ele também poderia ser candidato à sucessão de Putin. Em meio a intensas especulações sobre quem será o novo presidente, o Kremlin manteve nos cargos os demais vice-premiês: Serguei Ivanov, Dmitri Medvedev, Serguei Naryshkin e Alexander Zhukov. Ivanov e Medvedev são considerados os favoritos para substituir Putin. O chanceler Serguei Lavrov também permanecerá no governo. Putin rejeitou ontem a renúncia do ministro da Defesa, Anatoli Serdyukov, apresentada na semana passada. O ministro havia decidido deixar o cargo por ser genro do novo primeiro-ministro russo, Viktor Zubkov, nomeado no dia 12. "Esse deve ser mais do que apenas um governo de transição, uma vez que Putin acaba de reforçá-lo politicamente. O gabinete tem várias figuras de peso e deve ser mantido depois das eleições de 2008", avaliou Dmitri Orlov, diretor do centro de estudos privado russo Agência para Comunicações Políticas e Econômicas.

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