
04 de dezembro de 2013 | 02h11
A União Europeia lançou uma ofensiva diplomática para atrair seis ex-repúblicas soviéticas (Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia e Ucrânia). Quatro desistiram. Só Geórgia e Moldávia aceitaram, países com menos de quatro milhões de habitantes cada. E o líder russo Vladimir Putin deve exercer uma pressão perversa para arrancá-los da esfera de influência de Bruxelas e colocá-los em seu projeto antagônico: a União Eurasiana, projetada por Putin com o objetivo de construir a qualquer custo a "réplica oriental" da Europa de Bruxelas.
Neste conflito, a verdadeira presa é a Ucrânia. País poderoso e rico, com uma agricultura que outrora alimentou a URSS (o trigo ucraniano), minas de carvão e uma indústria de peso, a Ucrânia, com seus 45 milhões de habitantes, é a verdadeira joia da antiga URSS. Sua geografia reproduz a divisão entre a Europa de Bruxelas e a vertente oriental do continente, que olha para a Rússia. A Ucrânia, do lado oriental, está fascinada por Moscou, ao passo que, na parte ocidental, os olhos estão voltados para Paris, Berlim e Londres. Putin assedia Kiev usando seus trunfos: petróleo e comércio. A chantagem teve sucesso até agora. Embora pressionada, a Ucrânia recusa-se a assinar o pacto com a UE. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
É CORRESPONDENTE EM PARIS
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