O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, venceu as eleições presidenciais desse domingo, 4, para um mandato de seis anos, mostraram pesquisas de boca de urna.
Putin conquistou 58,3% dos votos, o suficiente para evitar o segundo turno, afirmou uma pesquisa de boca de urna do Centro de Pesquisa de Opinião Pública All-Russian, controlado pelo Estado. Outra sondagem de boca de urna, da Fundação de Opinião Pública mostrou que Putin recebeu 59,3% dos votos.
Resultados oficiais de regiões distantes que já concluíram a apuração pareciam confirmar os dados das pesquisas. Com apenas 14% da apuração, Putin aparecia na liderança com 62% (61,8%) dos votos, informou a Comissão Central da Eleição.
Mas milhares de acusações de violação feitas por observadores e opositores de Putin eram confirmadas, o que deve abalar a legitimidade de sua vitória e alimentar novos protestos. A oposição se organizava para promover uma ampla manifestação amanhã no centro de Moscou.
Golos, o principal organismo independente de observação das eleições, afirmou que recebeu diversos relatos de "carrosséis de votação", com ônibus carregados de eleitores sendo levados a votar inúmeras vezes.
Alexei Navalny, um dos líderes mais carismáticos da oposição, disse que observadores treinados pela organização também constataram o amplo uso de carrosséis de eleitores.
Os resultados oficiais da maioria dos colégios eleitorais serão publicados na segunda-feira.
Cerca de 6 mil policiais foram realocados de todo o país para fazer a segurança da capital. O voto não é obrigatório e os dois lados da disputa incentivaram o comparecimento hoje: enquanto a mídia e os serviços públicos pediam a presença do eleitorado, os críticos do governo ressaltavam que era uma chance de mostrar o descontentamento com o atual sistema, mesmo que a eleição seja fraudada.
Fraudes
As evidências de fraudes na eleição parlamentar de dezembro desencadeou centenas de protestos contra Putin, que presidiu o país de 2000 até 2008. Posteriormente, em razão de limitações de mandato, ele assumiu como primeiro-ministro. As demonstrações foram as mais amplas desde o fim da era soviética e os manifestantes mostraram-se exasperados com os casos frequentes de corrupção, com o crescente desequilíbrio social e com os controles rígidos da vida política durante o governo Putin.