SEUL - As autoridades da Coreia do Norte disseram nesta terça-feira, 23, que foram os militares da Coreia do Sul que iniciaram a troca de disparos de artilharia, provocando a resposta norte-coreana. Dois soldados sul-coreanos morreram e ao menos 20 pessoas, entre civis e militares, ficaram feridos no incidente.
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"Apesar de nossos avisos, a Coreia do Sul disparou dezenas de vezes. Nós tomamos fortes medidas militares imediatamente", informou a KCNA, agência oficial de notícia de Pyongyang, por meio de comunicado. A note não detalhava se o país comunista sofreu danos com os disparos do sul.
O comunicado ainda alertou Seul que os militares norte-coreanos seguirão disparando caso a Coreia do Sul viole seu espaço marítimo, mesmo que seja "por um milímetro". O Supremo Comando Militar de Pyongyang disse que lançará "ataques de mísseis para retaliar sem piedade" as ações sul-coreanas.
Após o ataque, a Coreia do Sul informou que conduzia exercícios militares no momento em que foram lançados os projéteis, mas afirmou que disparou para o oeste, em não em direção ao norte, o que não justifica a ofensiva de Pyongyang.
Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, os disparos do norte atingiram a ilha de Yeonpyeong, que fica perto da fronteira marítima dos dois países, no Mar Amarelo. EUA e Rússia condenaram a ação norte-coreana. A Coreia do Sul afirmou que o ataque viola o armistício firmado em 1953, no fim da guerra da Península Coreana.
Os dois países se encontram tecnicamente em conflito desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) foi encerrada pelo armistício em vez de um tratado de paz. Desde então, o acirramento das tensões entre as duas nações asiáticas é frequente.
Um dos episódios mais recentes dos atritos entre os países foi o afundamento do navio sul-coreano Cheonan. Seul acusa Pyongyang de estar por trás do ataque, que matou 46 marinheiros. A Coreia do Norte, que está sob pressão pelas suspeitas de estar ampliando seu programa nuclear, nega.
Com informações das agências Associated Press e Reuters