O governo da Coreia do Norte adiou o envio das jornalistas americanas Laura Ling e Euna Lee a um campo de trabalhos forçados, anunciou um acadêmico que visitou o país em entrevista publicada nesta sexta-feira, 10. Segundo a fonte, o adiamento é uma possível tentativa de buscar negociações com Washington sobre a libertação das repórteres, acusadas de entrarem no país ilegalmente e de forma hostil.
Em entrevista ao diário JoongAng Ilbo, da Coreia do Sul, o estudioso político sul-coreano Han Park, da Universidade de Georgia, afirmou que ouviu "das autoridades norte-coreanas que as jornalistas americanas estão bem, e hospedadas em uma casa em Pyongyang".
"A manobra da Coreia do Norte de não cumprir a sentença proferida sugere que o país poderia libertá-las por meio do diálogo com os EUA e que poderiam se tornar livres em breve, dependendo da postura americana", analisou Park, que chegou em Seul na quinta-feira, 9, após uma viagem a Pyongyang.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou nesta sexta-feira esperar que as duas jornalistas sejam anistiadas pelo país. "Elas e suas respectivas famílias se mostraram com muito remorso pelo incidente e pedem desculpas pelo que aconteceu", disse Hillary.
"O que esperamos agora é que ambas sejam anistiadas pelo sistema norte-coreano e que possam retornar para suas casas com suas famílias o mais rápido possível", completou a secretária, retomando o discurso já feito pelo Departamento de Estado norte-americano pedindo pela anistia das jornalistas.
A prisão de Laura e Euna ocorre no momento em que os EUA tentam impor sanções à Coreia do Norte junto à Organização das Nações Unidas (ONU) por conta dos testes nucleares realizados pelo país comunista. Especialistas americanos, entretanto, temem que Pyongyang planeje usar a prisão das duas mulheres como fator de negociação par amenizar a pressão feita pela ONU e pelos americanos.