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Pyongyang adverte que bloqueio marítimo seria uma 'declaração de guerra'

Artigo publicado em jornal local alerta EUA sobre um 'resposta imediata' caso sanção seja colocada em prática; secretário da ONU diz que um 'erro de cálculo' pode desencadear um conflito

Atualização:

SEUL - A Coreia do Norte advertiu neste domingo, 10, que um bloqueio marítimo ao país seria "uma declaração de guerra", em alusão a uma das novas sanções que os Estados Unidos planejam impor a Pyongyang depois do último teste de míssil realizado pelo país asiático.

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"Os movimentos dos Estados Unidos para impor um bloqueio marítimo nunca podem ser tolerados, porque constituem uma clara violação da soberania e da dignidade de um Estado independente", observou um comentário publicado neste domingo no jornal local Rodong Sinmun.

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Washington "tenta, abertamente, impor um bloqueio marítimo contra a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) para estrangular sua economia em tempos de paz", o que seria um plano aplicado "há décadas" para "aumentar o isolamento" de Pyongyang, diz o artigo.

Coreia do Norte alerta sobre 'declaração de guerra' caso EUA imponham bloqueio marítimo na península. Foto: AFP PHOTO/KCNA VIA KNS

O comentário, que também foi divulgado pela agência estatal KCNA, aponta que tratados internacionais estabelecem que um bloqueio econômico de um país em tempos de paz constitui "um ato ilegal e considerado como invasão".

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As novas sanções que Washington promovem, junto com os exercícios militares realizados no começo do mês com a Coreia do Sul, supõem "adomináveis atos criminais dirigidos a empurrar a situação atual até um fase catastrófica e incontrolável de guerra", destaca Pyongyang.

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O artigo adverte o presidente americano Donald Trump e "seu bando" que "o menor movimento para colocar em prática um bloqueio marítimo será recebido com uma resposta imediata e implacável de autodefesa por parte da Coreia do Norte".

No dia 28 de novembro, o país lançou um míssil balístico, o primeiro desde setembro e que foi considerado o mais poderoso até o momento. O teste deixaria Pyongyang cada vez mais perto de alcançar o território dos Estados Unidos com armas nucleares. Em contrapartida, Trump defendeu a aplicação de novas sanções contra o Norte, que poderiam incluir um bloqueio marítimo, segundo o secretário de Estado Rex Tillerson.

'Cálculo errado'. Jeffrey Feltman, subsecretário de Assuntos Políticos da Organização das Nações Unidas (ONU), visitou a Coreia do Norte por quatro dias, menos de uma semana depois do teste balístico. Após a viagem, o enviado especial disse neste sábado, 9, que existe um grave risco de um erro de cálculo desencadear um conflito com a Coreia do Norte.

Em uma declaração da ONU, Feltman disse que a comunidade internacional, alarmada por crescentes tensões, está comprometida em solucionar de forma pacífica a situação da Península da Coreia. /EFE e AFP